Entrevistas

Entrevista com Vitta Haddad: preparador físico da Seleção Brasileira Feminina

Amigos do Basquetebol

A maior recompensa de um educador é testemunhar e curtir o sucesso de seus alunos e, de alguma forma, vê-los reconhecer nosso trabalho.

E é com este sentimento de dever cumprido e com muito orgulho que retomo a coluna de entrevistas com o Vitta Haddad, preparador físico da Seleção Brasileira Feminina.

Orgulho de tê-lo tido como aluno e ter acompanhado seu crescimento pessoal e profissional. Juntos realizamos alguns trabalhos de acompanhamento estatístico, notadamente da equipe do Sírio na década de 1980, dirigida pelo grande Ary Vidal que acreditou naquele trabalho.

Orgulho de vê-lo agora desenvolvendo um trabalho exemplar no nosso basquetebol e que, certamente, tem trazido e trará muitos frutos para nosso esporte.

Recentemente, nos encontramos no evento teste para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, juntamente com outros ex-alunos da USP, e foi um momento mágico para todos e, especialmente para mim, em ter a oportunidade de constatar a excelência do trabalho de todos eles.

Agora chega de conversa e vamos à entrevista.

Formação acadêmica, cursos e especializações

Ingressei na EEFUSP em 1985 e, durante os quatro anos da graduação, além cursar licenciatura em Educação Física, fiz vários cursos e trabalhei na área. Me graduei em 1988.
Iniciei dando aulas de natação, meu esporte de origem, em uma escola nos Jardins, estudava em período integral e trabalhava a noite. Com o passar do tempo fui definindo minha atuação na área de preparação física e passei a fazer monitorias nos cursos de extensão da escola.
Depois de formado continuei a fazer cursos e participar de congressos. em 1992 Fiz uma especialização em treinamento desportivo no Norte do Paraná, onde conheci o Professor Antonio Carlos Gomes, que fazia doutorado na Rússia.
Lá surgiu a ideia de levar um grupo para fazer uma especialização em Moscou, assim, em 1995 fiz minha segunda especialização, tendo como professores os ilustres Matveev, Verkhoshansky, entre outros grandes treinadores Russos.
Atualmente estou concluindo o mestrado em Biodinâmica do Movimento na UNICAMP.
Porque o interesse pelo basquetebol ?
Sempre gostei muito de esportes e assistia a todos, e cresci assistindo os jogos na TV.
Gostava especialmente do basquete, pelo dinamismo e imprevisibilidade do jogo. Já na faculdade, pude me aproximar mais com uma oportunidade que tive com o Professor Dante De Rose,  grande incentivador de minha carreira, de fazermos um trabalho de estatísticas para o Clube Sírio em 1987.
Lá conheci o professor Fábio Mazzonetto, então preparador físico da equipe adulta do E.C. Sirio. A partir daí iniciei um estágio com o mesmo, gostei e a partir de então me aprofundei cada vez mais em tudo referente a basquetebol.
Como foi parar no basquetebol feminino?
Eu tinha retornado de São Paulo para minha cidade natal, Santa Bárbara d’Oeste e estava trabalhando com preparação física das equipes da cidade, quando surgiu a oportunidade  da Hortência montar uma equipe lá.
Foi na época do rankeamento e a equipe da Seara, tinha acabado de ir para Americana, mas não poderia manter todo o elenco. Assim a Hortência procurou uma alternativa para manter todas as atletas que estavam com ela. O secretário de esportes da cidade, Maurílio Delboux, já conhecia bem meu trabalho e falou para a Hortência que aceitaria montar um time lá se o preparador físico fosse indicação dele. A partir daí não saí mais desse circuito.
Quais os clubes em que atuou e títulos?
Data Control Net, Santa Bárbara d’Oeste, 1997: Campeão do Circuito Paulista 
Knor Campinas, 1999.
Quaker Jundiaí, 2000:  Campeão Jogos Abertos do Interior
Unimed Americana, 2001 a 2014: tri campeão paulista Juvenil (sub19); Hexacampeão Paulista Adulto;  Tetra Campeão dos Jogos Abertos do Interior; Campeão Brasileiro; Tricampeão da Liga Feminina de Basquete 
Sampaio Corrêa, São Luiz, Maranhão: Campeão da Liga de Basquete Feminino 2015/2016
Atuações em seleções e títulos
1998 – Seleção Brasileira sub16 – Campeão Sulamericano
2003 – Seleção Brasileira sub21 – Vice Campeão Mundial 
2004 – Seleção Brasileira sub18 –  Copa América – 4 lugar 
2007 – Seleção Brasileira sub19 – Campeonato Mundial – 9 lugar 
2008 – Seleção Brasileira sub 18 – Copa América – 3 lugar
2009 – Seleção Brasileira sub19 – Campeonato Mundial – 9 lugar 
2010 – Seleção Brasileira Adulta – Campeão Sulamericano 
2010 – Seleção Brasileira Adulta – Campeonato Mundial – 9 lugar 
2011 – Seleção Brasileira Adulta – Campeão da Copa América (Pré Olímpico)
2011 – Seleção Brasileira Adulta – Jogos Pan Americanos – 3 lugar
2012 – Seleção Brasileira Adulta – Jogos Olímpicos – 9 lugar
2013 – Seleção Brasileira Adulta – Campeão Sulamericano 
2013 – Seleção Brasileira Adulta – Copa América (pré mundial) – 3 lugar
2014 – Seleção Brasileira Adulta  – Campeão Sulamericano 
2014 – Seleção Brasileira Adulta – Campeonato Mundial – 11 lugar
2015 – Seleção Brasileira Adulta – Jogos Pan Americanos – 4 lugar 
2015 – Seleção Brasileira Adulta – Copa América (pré Olímpico) – 4 lugar 
2016 – Seleção Brasileira Adulta – Campeão Sulamericano 
Como você compara a preparação física no Brasil em relação a outras escolas mundiais. Você seguiu alguma linha específica ou se baseou em  trabalhos aqui no Brasil?
A preparação física no Brasil, assim como no mundo evoluiu muito e com o advento da globalização o acesso ao conhecimento ficou muito facilitado, temos hoje no Brasil grandes profissionais, com conhecimentos muito sólidos acerca de treinamento desportivo.
Por conta da especialização que fiz em Moscou, meu trabalho tem uma influência muito grande da escola russa e de treinadores do leste europeu, porém tento não fechar somente nisso, conhecendo e estudando outras escolas também.
Quais os principais fatores que diferenciam uma atleta em alto rendimento?
Tem uma frase que gosto muito e todos os anos, no início da temporada eu repito para as atletas que é de um treinador futebol americano, Paul Bear Bryant, que diz o seguinte: “Não é a vontade de vencer que importa, isso todo mundo tem. O que importa é a vontade de se preparar para vencer.”
Então, para mim além do talento, que é importante, a dedicação, foco e a excelência são os fatores que diferenciam uma atleta de alto rendimento.
Falando de Olimpíada: como você analisa a participação brasileira nos Jogos? Quais serão os principais adversários? Que são os favoritos?
Estamos num processo de preparação e as atletas estão muito motivadas e determinadas em fazer bem feito todo o trabalho e isso é muito bom pois eleva os padrões. Temos de nos preparar para fazer nosso melhor, buscar o máximo.
Teremos grandes adversários pela frente, o basquete feminino vem se desenvolvendo muito pelo mundo todo e hoje em dia há grandes escolas de basquete jogando em alto nível. Por toda qualidade e histórico, a seleção Americana é a meu ver, a favorita ao título, já temos classificadas também a Austrália e a Sérvia, dois grandes adversários, além disso creio que Espanha e França devem se classificar no pré olímpico mundial e virão para brigar certamente.
Deixe uma mensagem para os jovens que estão pensando em seguir a carreira de preparador físico.
A mensagem é a que repito em todos os cursos e palestras que faço para esse público, primeiramente ame o que você faz, a partir daí desenvolva sempre seus conhecimentos e aplique-os com bom senso.

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Entrevistas · História do Basquetebol

Entrevista com Antonio Carlos Vendramini

Amigos do Basquetebol

Entrevistei um dos mais conceituados técnicos do basquetebol brasileiro. O Campeoníssimo Antonio Carlos Vendramini.

Vendramini recém conquistou a Liga Sulamericana Feminina e o Campeonato Paulista defendendo o Corinthians Americana na mais nova parceria do basquetebol feminino no Brasil.

VB – Fale sobre sua formação, início da carreira, clubes que dirigiu, títulos e seleção brasileira.

ACV – Sou formado pela Escola de Educação Física de Assis ( 1.972 ) cursei, como aluno especial,na Unicamp, Pedagogia do Esporte ( Paes ) . Iniciei como técnico em Osvaldo Cruz, no Clube das Bandeiras ( masc. ) e Mathilde Zacharias em Prs. Prudente.
Minha primeira equipe feminina foi a Assossiação Prudentina de Esportes Atléticos ( APEA ), uma temporada no Coroados de Pres. Venceslau. A partir de 1.987 fui para Sorocaba na Minercal até 1.992. ( em Sorocaba, Arisco, Consteca, Leite Moça etc ).Por uma temporada dirigi o São Bernardo do Campo, em seguida Ourinhos, Marilia ( Unimar ) e Americana Unimed atualmente Corinthians/Americana.
Conquistei como técnico de clubes: Paulista Estadual  13 vezes, Nacional 11 vezes, Sul-americano 6 vezes e Mundial de Clubes Campeões 2 vezes. Tive uma rápida passagem pela Seleção Brasileira ( não era nada político ) Conquistando o Sul-americano e Vice na Copa América, classificando o Brasil para o Mundial. ( 1.989-1.990 )

VB – 2 – Houve algum técnico que o tenha inspirado ou servido de modelo?

ACV – Quando comecei, viajei muito para assistir treinamentos, e os mais conceituados no Brasil, eram Edvar, Mortari, Pedroca e fui tirando um pouco de cada um até chegar a minha filosofia de trabalho.Lógico que a participação em eventos internacionais e “muiiiiiito” estudo, fui e continuo aprendendo com o basquete no mundo todo.

VB – Como você analisa o basquetebol feminino ao longo dos anos? O basquetebol feminino está em crise?

ACV – Comecei no feminino na época áurea de Paula e Hortência, então posso dizer que vivi os melhores momento do basquete feminino no Brasil. As duas despertaram o interresse de milhares de crianças e adolescentes que passaram a procurar locais para praticar a modalidade. Surgiram outras grandes jogadoras que por algum tempo representaram o basquete brasileiro com conquistas importantes. Atualmente o basquete feminino sofre com a falta de patrocínios e de uma gestão profissional. Talvez uma coisa leva a outra.

VB – Depois da geração de ouro (Paula, Hortência, Janeth, etc..) houve um retrocesso?

ACV – A falta de ídolos na modalidade é e será sempre um problema para a modalidade. Mas acho que o maior pecado, é a falta de planejamento a nível nacional e a má gestão. O fato de não termos uma Política Nacional de Esportes, é o maior passo para o retrocesso.

VB – Fale sobre o trabalho de base que é realizado no feminino no Brasil

ACV – Apesar de termos muitos profissionais dedicados, o trabalho de base não tem um rumo a ser seguido. Você começa um trabalho e não sabe : quanto tempo vai durar, onde pode chegar. Esbarra justamente no que citamos acima. Penso que o basquete nas escolas seria uma excelente ideia. ( a clientela esta lá ) . Alem de ocupar o tempo das crianças e adolescentes ( social ) teríamos condições de observar os talentos, que surgiriam até de forma natural. A capacitação dos profissionais é ponto de honra. Bem, é um assunto muito importante e delicado.

VB – Quais as perspectivas para o basquetebol feminino no Brasil especialmente em função dos Jogos Olímpicos 

Mesmo sendo otimista, acredito que perdemos muito tempo na preparação de um basquete realmente representativo para disputa dos Jogos Olímpicos. Temos que correr bastante e mudar a forma atual de conceitos para os Jogos Olímpicos.

VB – Quais seriam as ações que poderiam ser adotadas para incrementar a prática do basquetebol feminino no país?

A única forma é a que ja foi respondida nas anteriores; PLANEJAMENTO A MÉDIO E LONGO PRAZO, GESTÃO PROFISSIONAL, e forte investimento na massificação e categorias de base.( basquete nas escolas…JÁ )

VB – Saindo do basquetebol feminino e partindo para um tema mais geral: você crê que é necessária a formação em educação física para que uma pessoa exerça a função de técnico?

ACV – Acho que a formação em Educação Física, da uma base sólida para o profissional se especializar tecnicamente e em gestão de pessoas. Como em quase tudo, existem exceções pontuais.

VB – Mensagem final.

Não se contente em ficar na frente do computador copiando as táticas dos grandes técnicos.
O que serve pra uns pode não ser bom para outros.
Vá a luta

“Ousar é perder o pé momentaneamente. Não ousar é perder-se”
SOREN KIERKEGAARD.

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Entrevistas

Uma mulher no comando: entrevista com Mônica dos Anjos

Amigos do Basquetebol

No basquetebol, raramente nos deparamos com a situação de uma mulher dirigir equipes masculinas. O que não acontece na situação inversa, onde a maioria das equipes femininas são dirigidas por homens. Talvez seja pela tradição, pelo mercado de trabalho ser voltado para homens ou mesmo preconceito. A verdade é que são raros os casos da liderança feminina frente a equipes masculinas e na LDB, encontramos um desses raros casos.

Refiro-me à Professora Mônica dos Anjos, técnica de basquetebol, atualmente dirigindo a equipe do Pequeninos Rhema de Campina Grande que disputa a LDB 2015  que nas edições de 2013 e 2014 dirigiu a equipe do Náutico Capiberibe do Recife.

Por ser a única mulher a dirigir uma equipe masculina na competição é que conversamos sobre questões que abordam liderança, relação entre técnica e atletas, metas e projetos. Inicialmente solicitei à Mônica que falasse um pouco de sua carreira esportiva e como surgiu a oportunidade de dirigir uma equipe masculina em campeonatos estaduais, regionais até chegar à LDB:

“Meu caminho foi igual a de muitos outros técnicos. Iniciei jogando pelo colégio, passei por equipes femininas do Recife e também pela seleção pernambucana nas categorias de base. Apesar de não ser uma grande jogadora eu era muito competitiva, disciplinada e gostava muito de jogar. Quando terminei o terceiro ano meu técnico me chamou para ser estagiária no colégio para trabalhar com a escolinha. Aí teve uma competição e ele tinha várias equipes e me deixou com uma equipe pré mirim masculina. Conseguimos ganhar o estadual. Foi uma experiência maravilhosa. E isto me mostrou o que eu realmente queria.

Na sequência eu assumi o feminino onde trabalhei por volta de 15 anos. Trabalhei com escolinha e participei como assistente na equipe feminina que disputou a Liga Nacional mas no colégio que eu trabalhava havia muita procura pelo basquetebol masculino. Então o diretor me pressionou para arrumar um horário para trabalhar com o masculino.

Daí em diante a coisa foi crescendo e eu acabei ficando com o masculino e sempre pensando no que eu poderia fazer e nas metas que eu poderia estabelecer. A equipe era boa, foi evoluindo e começou a ganhar campeonatos estaduais mesmo sendo colegial. Era um grupo forte a Escola dava uma boa estrutura. Como o grupo era diferenciado eu vi nele um grande potencial. Isto aconteceu por volta de 2006.

Com esta equipe, mesmo juvenil, disputamos Estaduais, Copa Brasil e em 2011 houve a primeira LDO e eu tracei uma meta de entrar nessa competição, mesmo que isto demorasse alguns anos e apesar de treinarmos pouco. Eu queria entrar com um time local mesmo que não tivéssemos condições de continuar. Eu gosto de testar meus limites. Preciso tentar. Não me frustro por não conseguir e sim por não tentar. E esse era o objetivo: chegar na LDB.

Em 2013 entramos na LDB com o Náutico na LDB para mostrar que na região também há talentos. Para nós foi um choque. Ganhamos um só jogo. Parecia que jogávamos em outra rotação. Nosso jogo era lento em relação a outras equipes mais fortes. Até para o trabalho de base isso era importante e eu comecei a conversar com as pessoas que trabalhavam na base para que mudassem a forma de treinar. Mesmo ganhando um só jogo, a equipe teve uma melhora muito grande durante a competição. E isto nos incentivou a continuar.

Para a LDB 2014 mudamos o treinamento, era mais profissional, estávamos mais preparados e trouxemos alguns atletas. E naquela competição nossa meta era muito real: ficar nos postos intermediários. Ganhamos 11 jogos em 23” e atingimos nossos objetivos”

Depois de ficar anos no Náutico, em 2015 a Professora Mônica mudou para o Pequeninos Rhema que é um projeto social em Campina Grande que, entre tantas coisas, privilegia também o esporte e abraçou o basquetebol. Sobre esta mudança a Mônica disse o seguinte:

“Eu moro em Recife e conseguimos montar um estrutura muito boa em Campina Grande. Mas é complicado porque eu vou aos finais de semana e treinamos 3 dias (sexta, sábado e domingo). Eles abriram mão do final de semana. No meio da semana treinam com o assistente e o preparador físico.

Mas mesmo com essas dificuldades já tivemos um ganho fisicamente na velocidade, tecnicamente e taticamente. O grupo está junto há um mês o que não é suficiente. A meta para este ano é para repetir o que foi feito no ano passado, mas se vacilarem tentaremos ficar entre os oito. Sabemos que há equipes fortes mas se forem deixando tentaremos ficar entre os oito. Tem muito trabalho a ser feito mas eu não sou de me acomodar. É a meta. Se não conseguirmos vamos trabalhar mais forte ainda.”

Na sequência falamos do relacionamento com o grupo de garotos, disciplina e respeito e como lida com essas situações de liderar um grupo masculino.

“Trabalhei muito com feminino e as exigências são as mesmas. Eu converso muito com eles. Eu não sou uma técnica que fica na porta do hotel vigiando os atletas. Não perco minha noite de sono com isto. Perco as noites estudando e vendo os vídeos e analisando os jogos. Tem que haver comprometimento e consciência.

O trabalho deve ser conjunto. Se eles não tiverem essa consciência fica difícil. É uma relação de confiança. E esta confiança deve partir da liderança. Eu não faço o que eu não permito que eles façam. Eu sou radical e já mandei atleta embora no meio da competição.

Quando acontece um problema eu trato individualmente. Quando o problema atinge o grupo aí eu chamo a atenção do coletivo. Sendo mulher eu tenho que tomar cuidado na maneira de falar e me dirigir a eles. Mas a franqueza é muito importante. Quando eu não gosto eu falo abertamente.

Os problemas existem mas sempre tentamos resolver internamente e com muita franqueza. O problema não pode crescer. 

Tento ser amiga deles e me importo com a vida deles fora das quadras. É importante ter uma convivência com os meninos. Vamos juntos ao cinema e isso aproxima. Eume considero amiga deles e muitos me vêem também como uma amiga.

Eu sou daquelas que perco o jogo mas não abro mão do que acredito. Perdi jogos porque Já deixei atletas de fora por indisciplina.

Por ser mulher dirigindo homens nunca tive problemas de pressão ou preconceito exatamente por esse relacionamento respeitoso entre todos”

Para finalizar conversamos sobre o projeto Pequeninos.

Este projeto social foi uma das coisas que me levou a ir a Campina Grande e mudar toda a logística da minha vida. Ele é desenvolvido em Soledade que fica a cerca de 40km de Campina Grande e é coordenado pelo pastor Jairo Pacheco.

Acredito no esporte como fator de mudança social e não só como formador de atletas. Eu me preocupo muito com as crianças de um modo geral e principalmente com aqueles que não serão atletas mas que querem praticar esporte.

O projeto reune cerca de 1500 crianças, tem centro de reabilitação, aulas de inglês, espanho e informática, reforço escolar, educação religiosa e música. E o basquete se tornou o carro chefe na divulgação do projeto, mas há a intenção de expandir para outros esportes. Nossa equipe se tornou um espelho para essas crianças. Vamos ser multiplicadores e influenciar positivamente na vida delas. A ideia é participar de competições de base.

Ele funciona muito bem. O retorno é maravilhoso. A comunidade olha para nossa equipe e as pessoas acompanham pelas redes sociais e nas atividades que realizamos. A cidade para.Temos público. E para o basquete é muito importante.

E no futuro temos a ambição de participar da LIga Ouro. Já estamos trabalhando para isto melhorando nossa estrutura e mostrando que temos condições para isto. É claro que temos que reforçar a equipe. Então sempre penso em melhorar de um ano para outro.”

Para conhecer mais sobre o Projeto Pequeninos acesse http://www.projetopequeninos.com.br/

Mônica (a terceira da esquerda para a direita) e a equipe dos Pequeninos Rhema
Mônica (a terceira da esquerda para a direita) e a equipe dos Pequeninos Rhema
O projeto Pequeninos onde o basquetebol é exemplo
O projeto Pequeninos onde o basquetebol é exemplo

 

Entrevistas · Jogos Olímpicos · Jogos Pan-Americanos

O Basquetebol brasileiro em cadeiras de rodas

Amigos do Basquetebol

Neste post trago uma entrevista que realizei com o técnico da seleção brasileira de basquetebol em cadeiras de rodas que está treinando em S.Caetano preparando-se para o ParaPan e Parlimpíadas, Antonio Carlos Magalhães, mais conhecido como Pulga, ex-atletas que atuou muitos anos no basquetebol carioca.

Falamos sobre as possibilidades da nossa seleção nessas competições, comparação com outros centros, estrura e outros assuntos.

Antonio Carlos assumiu este projeto em junho de 2013 mas já teve passagens por seleções Parlímpicas de basquetebol como  técnico em Atlanta e assistente técnico em Beijing. A melhor colocação brasileira foi um nono lugar, mas ele acredita que o atual grupo poderá surpreender e obter inéditas medalhas no Pan e nos Jogos Paralímpicos, apesar de ter obtido classificação no último Mundial.

O trabalho que está sendo realizado é muito forte e com as melhores condições até agora.

Alguns fatores contribuem para que isto seja possível: a melhoria da estrutura do esporte, um maior intercâmbio com forças mundiais (especialmente a Grã Bretanha e a Argentina), um maior envolvimento dos atletas  e melhora de suas condições.

Quanto a estrutura, além das melhores condições de treinamento e sobrevivência no esporte dada aos atletas, já que muitos já podem ser considerados profissionais em suas equipes de origem, a seleção conta com uma comissão técnica qualificada que, além de um técnico especialista, tem um assistente técnico italiano experiente (Mateo Ferriani) com passagens por equipes italianas e seleção australiana e que atualmente trabalha em São José do Rio Preto, fisioterapeuta, coordenadora (Maria de Fátima) para cuidar dos assuntos administrativos e um mecânico que cuida da manutenção das cadeiras de rodas que são em sua totalidade importadas pois no Brasil não há fabricantes deste material que ofereçam aos atletas melhores condições de atuar. Mas uma empresa brasileira está fazendo um trabalho de análise científica para produzir no Brasil cadeiras adequadas e em nível das mesmas fabricadas internacionalmente. Este projeto deverá ser finalizado até fevereiro de 2016. Nas viagens internacionais há o acompanhamento de um médico. Além disto há um trabalho de marketing desenvolvido pela Confederação Brasileira….

Sobre o intercâmbio, durante muito tempo o Brasil não teve a oportunidade de medir forças com grandes potências do esporte onde se destacam Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Espanha e Argentina entre outros. No ano passado, o Brasil realizou três partidas contra a Grã-Bretanha tendo vencido uma. Na primeira partida o Brasil entrou com um sentimento de que eles eram os todo poderosos e perdemos de 17 pontos. Já na segunda partida foram feitas várias experiência e o Brasil superou o trauma e venceu por 12 pontos e na terceira partida perdemos por 2 pontos na prorrogação após estarmos perdendo de 20. Enquanto esta seria a sétima partida brasileira em nível internacional, os ingleses já haviam disputado cerca de 47 partidas internacionais. Esta falta de enfrentamento com forças internacionais, inicialmente, trazia para os brasileiros uma sensação de inferioridade que foi se dissipando com o passar dos jogos. Outro fator interessante foi o sentimento dos jogadores em relação à torcida, entendendo que ela exercia uma pressão muito grande sobre a equipe. Mas com o passar do tempo a equipe passou a entender a torcida como um fator de pressão sobre os adversários. Portanto, isto mais uma vez constata que a falta de jogos internacionais pode fazer a diferença.

Para essas competições o técnico Antonio Carlos considera que o Brasil estará muito bem preparado pois os atletas estão muito envolvidos com o objetivo, sendo que muitos abriram mão de suas férias e compromissos para se dedicar exclusivamente ao projeto olímpico. Além disto muitos atletas já são profissionais em suas equipes apesar de ainda haver muitas equipes amadoras que se desdobram para obter recursos e manter seus atletas em atividade. Esta melhora também se deve à própria política das pessoas com deficiência em vários setores da sociedade. O Comitê Olímpico incentiva o atleta a trabalhar, fazer cursos para que possa ter uma melhor estrutura de vida.

Sobre o basquetebol em cadeira de rodas no Brasil, Pulga afirmou que houve uma grande melhora inclusive em nível do equipamento. Antonio Carlos fez uma analogia do nosso equipamento em relação ao usado pelas grandes equipes como se contra uma Ferrari entrássemos com uma Toleman ou Copersucar. Existem 4 divisões no país, cada uma com 12 equipes sendo que ainda há várias equipes que não fazem parte das divisões de acesso o que não deixa de ser uma surpresa para todos que não acompanham o esporte. A federação mais bem organizada é a Paulista que hoje tem as quatro melhores equipes do país. Há um campeonato brasileiro disputado em uma semana no final do ano. Existem também alguns campeonatos regionais.

Um dos grandes problemas vividos pelo esporte ParOlímpico no país é a falta de divulgação e cobertura da mídia. Lembrando que isto não se restringe ao basquetebol. Outros esportes também sofrem com esta falta de divulgação apesar do Brasil ter no esporte ParOlímpico um sucesso muito grande em relação ao esporte Olímpico. Basta verificarmos o número de medalhas obtidas pelo primeiro em relação ao segundo. Apesar disto tudo não houve o Isto desenvolvimento esperado para os esportes ParOlímpicos. Isto acontece também nos outros esportes, pois mesmo com a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos deixa-se de lado a competência técnica para se privilegiar as indicações políticas.

Outro fator que preocupa Antonio Carlos e com o qual ele não concorda é em relação ao desequilíbrio que às vezes acontece nos investimentos. Em alguns casos investidores aplicam seus recursos em um único atleta deixando de investir nos esportes coletivos pois estes não trazem o mesmo número de medalhas que os individuais. E isto é um equívoco pois os maiores investimentos sempre beneficiarão os mesmos atletas. E isto não é justo com o basquetebol que é o esporte que mais mobiliza uma pessoa que sofre um trauma. É o primeiro esporte que um lesionado tem contato quando é encaminhado a centro de recuperação. Aos olhos dos investidores o basquetebol é caro, investimento em muitos atletas e que traz uma única medalha. Além de tudo o basquetebol é um jogo emocionante que não pode descartar o momento do atleta, a imprevisibilidade e os desafios impostos aos atletas.

Apesar de tudo, o técnico da nossa seleção acredita que o quadro tem melhorado o que aumenta as esperanças de bons resultados no futuro.

Como mensagem final ele gostaria que as pessoas se informassem através do sites da CBBC e do Comitê Paralímpico. A seleção fará um amistoso contra a Argentina em Jundiaí e ele acredita que esta seleção está muito bem estruturada para as competições com muitos treinos. Esse time fará história devido ao comprometimento dos atletas e o foco em um objetivo comum que é obter a medalha olímpica.

Sites para busca de informações:

http://www.cpb.org.br/portfolio/basquetebol-em-cadeira-de-rodas/

http://www.cbbc.org.br/

 

Seleção Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas em treinamento para o Pan e Jogos Olímpicos
Seleção Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas em treinamento para o Pan e Jogos Olímpicos
Entrevistas

Entrevista com Davi Rossetto

Amigos do Basquetebol

A LDB, como já tenho dito, é um campeonato que está revelando muitos talentos para nosso basquetebol. Em especial, vejo um campeonato de grandes armadores. E entre eles destaco o armador Davi Rossetto do Basquete Cearense que, além de atuar na LDB, já é titular de sua equipe no NBB.

Esta entrevista foi realizada antes do jogo final entre Basquete Cearense e Flamengo.

Viva o Basquetebol (VB) – Gostaria que você falasse um pouco de sua carreitra: início, quais foram seus técnicos e aquela que mais te influenciou

Davi Rosseto (DR) –  Comecei no basquete por intermédio de um pai de um amigo meu (Julio Malfi). Na época ele era o técnico do time principal da Hebraica e estava ajudando o Cleiton Ferreira a recrutar jogadores para o time sub11 que estava para ser formado. Apesar da pouca altura, tinha uma coordenação e uma habilidade esportiva interessantes pra alguém daquela idade. Topei o convite para fazer um treino experimental, aí foi amor a primeira vista, depois daquele treino me apaixonei pela modalidade e passei a vivenciar o basquete de maneira muito intensa. Depois da Hebraica ainda passei três anos no Circulo Militar com o Patinhas, mais 6 no Pinheiros com a Thelma e o Zé Luis, até me transferir para o Basquete Cearense, onde há quase três anos trabalho com o Espiga e o Bial. Sem dúvidas estou levando muitas coisas de cada um desses professores, prefiro não destacar nenhum, pois é muito difícil escolher um no meio de profissionais tão excelentes, que contribuíram muito para minha formação como atleta, mas principalmente como homem.
VB – Como foi sua experiência com a seleção no mundial?
DR – A experiência foi maravilhosa, passamos muito tempo juntos treinando e em competição, o que me proporcionou um aprendizado e uma evolução muito grande ao lado de atletas e comissão técnica tão competentes. Além disso, é muito bom competir em um nível tão alto e se botar a prova contra jogadores que hoje já figuram entre os melhores do mundo. Consegui fazer uma boa competição, e apesar de não termos chegado perto de nosso objetivo dentro da competição, o mundial acabou se tornando um divisor de águas na minha carreira.
VB – Como surgiu o Basquete Cearense em sua vida?
DR – O Bial acompanhou alguns jogos meus pela LDB e se interessou pelo meu jogo, na época teve boas informações sobre mim e decidiu me fazer uma proposta. Considerei que o Basquete Cearense era exatamente aquilo que eu precisava para minha carreira, e sem dúvidas foi a decisão certa, espero que para as duas partes. (risos)
VB – Fale sobre sua participação na LDB: quantas edições, experiências e importância da LDB em sua carreira. 
DR – Estou na minha terceira edição de LDB, sem dúvidas ela foi essencial na minha carreira. Foi onde adquiri mais confiança, mais ritmo, mais leitura de jogo e mais maturidade. Fui exposto às mais diversas situações que um atleta pode passar, e sem dúvidas isso te torna mais preparado para os próximos eventuais desafios na carreira.
VB – Fale um pouco da sua equipe na LDB
DR – Minha equipe é a típica equipe que qualquer atleta gostaria de participar. Altruísta, competitiva, grande espírito coletivo e uma grande união e confiança mútua. São esses os ingredientes que nos fazem ter prazer de jogarmos uns com os outros, acredito que daí tenham vindo os resultados positivos.
VB – Como está sendo a experiência como atleta da equipe principal do Basquete Cearense?
DR – O Bial foi um cara que sempre me deu muita confiança e oportunidade, a partir do momento que eu correspondi isso dentro de quadra, fui tendo cada vez mais espaço e mais protagonismo. Sou muito grato a ele, pois acredito que o treinamento coletivo, o treinamento individual são fundamentais, mas a prática disso em jogos, ainda mais em jogos como o do NBB me permitiram uma evolução e um aprimoramento muito grande das minhas capacidades.
VB – Quais os  Jogadores que te influenciaram ou que te influenciam até hoje?
DR – Existem muitos jogadores que me influenciaram e continuam me influenciando. Sou muito observador e sempre vou atrás de bons exemplos. Tive a sorte de jogar ao lado de grandes atletas com muito profissionalismo e muita competitividade, o que sempre me cativou. Não me espelho em um exclusivamente, mas sou admirador do trabalho de muitos.
VB – Quais são seus objetivos como atleta?
DR – Procuro traçar sempre metas de curto prazo, as de longo prazo são muito incertas, com muitas variáveis. Hoje em dia é ser campeão da LDB, acordo e vou dormir pensando nisso, é nisso que tenho depositado todas as minhas forças.
VB – Deixe sua  mensagem final para os amigos do Viva o Basquetebol
DR – Gostaria primeiro de parabenizá-lo pelo seu trabalho junto à LDB,  digno de um amante da nossa modalidade. Que as pessoas sempre procurem extrair o máximo dos seus professores, procurem bons exemplos e se espelhem não só em grandes atletas, com grandes carreiras, mas sim naquelas pessoas trabalhadoras, de caráter, que sempre dão o seu máximo, independente das circunstâncias, acredito que é disso que o mundo hoje é carente, e é nisso que eu aprendi sempre a trabalhar.

Davi Rossetto

 

Davi Rossetto em ação pelo Basquete Cearense

Entrevistas

Entrevista com Nilo Guimarães

Amigos do Basquetebol

Aproveitando minha estada em Mogi das Cruzes para a 4a. etapa da LDB tive o prazer de reencontrar um velho amigo do basquetebol e que hoje é o Secretário Municipal de Esportes e Lazer da cidade.

Refiro-me a Nilo Guimarães, o Nilo armador da seleção brasileira em dois Mundiais (82 e 86), Jogos Olímpicos (1984) e Pan Americano (1983). Nessas competições, Nilo participou de 30 jogos e anotou 201 pontos. Atuou por grandes equipes do basquetebol nacional e agora exerce uma importante função administrativa na área esportiva.

Viva o Basquetebol: Como foi sua transição de atleta para dirigente?

Nilo:  Foi muito interessante. Quando parei de jogar eu conheci uma atividade muito diferente de tudo que conheci na minha vida. Fui produzir cogumelos, o que faço até hoje e tive uma panificadora. Mas essas me diziam as mesmas coisas que aprendi no esporte. Planejamento, organização e, principalmente o trablaho em equipe porque nada supera as metas do grupo. Com esse lema eu entrei nessas atividades que são muito diferentes mas que na essência são muito parecidas.

Depois disso eu tive o convite para atuar como técnico aqui em Mogi cidade que gosta muito do basquete.

VB: Pegando esse gancho qual a função é mais tranquila? Técnico ou atleta?

Nilo: Como técnico o assunto é o mesmo mas com visão diferente. Como técnico você tem que pensar em como preparar a equipe. Como técnico você tem que exrcer a lideranaça. Como atleta você está se preparando e se encaixando num modelo de comando. A função de técnico é mais complexa porque você tem que lidar com muitas variáveis ao mesmo tempo e saber aproveitar a aptidão e o dom do jogador. Mas as duas funções são importantes e tem suas características próprias. Elas se completam

VB: Voltando ao assunto da transição de atleta para dirigente.

Nilo: Depois de quatro anos como técnico tive um convite do Prefeito para assumir a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. É interessante porque a gente vê a mesma situação de ângulos diferentes. Você vê a situação dependendo do lado da ponte em que você está. Como dirigente eu acho que fica mais completo mas sem imaginar que se sabe tudo.Você tem que transitar por diferentes esferas como a administrativa, política, relações humanas e isto é muito complexo. Mas tento usar toda minha experiência nas quadras, como técnico e atleta, e transferir para minha atual função e para coisas inusitadas que acontecem

VB: Como Secretário de Esportes você tem que cuidar de diversas atividades. Mas gostaria que você falasse um pouco do projeto de Mogi das Cruzes para o Basquetebol

Nilo: Apesar de ter que lidar com outras atividades considero o projeto do basquetebol em Mogi muito importante. Mogi é uma cidade que ama o basquetebol e tem uma rica história nesse esporte. E aí eu preciso citar nosso prefeito que fez questão de resgatar a história do basquetebol mogiano que sempre teve equipes muito representativas. Quando ele me designou como responsável por esse resgate eu considerei um grande desafio. Então a cidade que ama o basquetebol recebeu o projeto de braços abertos e nos apoia de forma incondicional.

Tentamos montar uma equipe compettiiva mas tivemos muitas dificuldades no inicio. A ideia era ir atingindo os objetivos passo a passo. No primeiro ano do projeto nem classificamos para os play offs do Campeonato Paulisa. Depois chegamos aos playoffs e ficamos entre os quatro melhores classificados. No nosso primeiro ano  no NBB  (2012/2013) ficamos em décimo quarto lugar e também não chegamos aos play offs. Já na segunda temporada (2013/2014) chegamos entre os quatro melhores  e disputamos a Liga Sul Americana onde fomos Vice Campeões   . Nesta temporada, que ainda não se encerrou estamos entre os quatro primeiros com grandes chances de nos classificarmos diretamente para as quartas de finais.Mas não podemos parar. Temos que dar sequência ao trablaho com muita responsabilidade.

E na LDB temos chances de estar entre os oito para disputarmos os quadrangulares finais.

VB: Falando em LDB o que você acha desta competição?

Nilo: A LDB é uma das principais coisas que aconteceu para o nosso basquete. Esses meninos são talentosos e têm a oportunidade de mostrar seu valor nesta competição. Muitos já jogam o NBB, mas acho que isto não é suficiente para esses garotos. Deveríamos dar continuidade ao trabalho reunindo os principais valores e treiná-los e prepará-los de forma mais constante para que eles possam realmente desenvolver seu potencial.

VB: Nilo, obrigado pela entrevista e deixe uma mensagem para a comunidade “basqueteira”.

Nilo: gostaria de agradecer a oportunidade e parabenizá-lo pelo trabalho que faz em prol do basquete. Precisamos de mais pessoas que trabalhem de forma positiva o nosso basquetebol. Pessoas que cuidem do nosso basquetebol para que ele possa voltar a ter a preferência do nosso público. Muito obrigado

Nilo ex-atleta da Seleção Brasileira e atualmente Secretario Municipal de Esportes e Lazer de Mogi das Cruzes - SP
Nilo ex-atleta da Seleção Brasileira e atualmente Secretario Municipal de Esportes e Lazer de Mogi das Cruzes – SP
Entrevistas · NBB

A voz da LNB

Amigos do Basquetebol

Já é fato comprovado que a Liga Nacional de Basquete mexeu com as estruturas do nosso esporte promovendo campeonatos cada vez mais disputados, dando a esses eventos o caráter profissional que eles merecem e desenvolvendo ações no sentido de incrementar a prática do basquetebol no país como é o caso da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB).

Para que tudo isto aconteça a LNB conta com uma equipe de profissionais que atuam em diferentes setores (administrativo, financeiro, técnico e comunicação), além do Conselho de Administração e Diretores.

E um dos setores que mais é exigido é o Setor de Comunicação que possui inúmeras incumbências para deixar as pessoas cada vez mais bem informadas.

Conversei com o responsável pelo Setor de Comunicação da LNB, Guilherme Buso, que esclareceu como funciona esta complicada engrenagem.

Segundo Guilherme Buso o principal objetivo da Comunicação da LNB é fornecer ao aficionado do basquetebol e ao público em geral a melhor informação sobre os eventos e com a maior velocidade possível, considerando que o basquetebol, assim como outros esportes à exceção do futebol, tem um espaço muito pequeno na mídia.

São sete pessoas envolvidas nesse processo que inclui informação, redes sociais, transmissões pela web, contato com veículos de imprensa no Brasil e no Mundo, divulgação dos campeonatos, “media day”, contatos com assessórias de imprensa dos clubes e com os meios que divulgam os campeonatos como o Sportv.

Para que isto seja possível, o trabalho vai além de ser somente uma assessoria de imprensa. Buscou-se então, a configuração de um portal que pudesse levar ao aficionado o maior número possível de informações que acontecem durante os jogos com base nas estatísticas online e que, no máximo, 15 minutos após o término das partidas apresenta os dados dos jogadores, equipes, fotos e melhores jogadas.

Todas as informações dos atletas e das equipes na temporada e em temporadas passadas podem ser acessadas no site da LNB e também através do “media guide” que é produzido todos os anos com os dados atualizados.

As equipes também recebem um tratamento especial com o “media day” que é uma sessão de fotos que é realizada com todas as equipes do NBB e da Liga Ouro no início da temporada. Essas imagens são utilizadas na divulgação dos respectivos campeonatos.

Nas redes sociais a LNB mantém o facebook (facebook.com/nbb.oficial), twiter (@NBB_Oficial) e instagram (instagram.com/nbb.oficial). A comunicação com outros órgãos de imprensa é feita através de releases e que hoje fornece informações a 1600 profissionais vinculados a cerca de 600 veículos de informação no Brasil e no exterior.

O Território LNB (www.lnb.com/território) é outro veículo importante na divulgação de assuntos relacionados com o basquetebol de forma geral.

Neste ano a grande novidade são as transmissões pela web. Está prevista a transmissão de 40 jogos, além das partidas transmitidas pela Sportv (mínimo de 60 jogos).

Como se percebe pelas informações do responsável pela Comunicação da LNB, Guilherme Buso, a Liga desenvolve um trabalho incansável para levar ao aficionado do basquetebol e ao público em geral, o que há de melhor em termos de informações sobre nosso basquetebol, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento e divulgação do nosso esporte.

Equipe de Comunicação da LNB: Bernardo Guimarães (sentado), Luiz Pires (fotógrafo), Douglas Carrareto, Roberta Ferreiera, GuilhermeBuso, Marcel Pedroza e Juan Rodrigues
Equipe de Comunicação da LNB: Bernardo Guimarães (sentado), Luiz Pires (fotógrafo), Douglas Carrareto, Roberta Ferreiera, GuilhermeBuso, Marcel Pedroza e Juan Rodrigues
Entrevistas · Mundial Masculino

Copa do Mundo de Basquetebol: novidades 2

Amigos do Basquetebol

Neste segundo post sobre as novidades da Copa do Mundo de Basquetebol Masculino, o presidente da FIBA, Horácio Muratoria, em entrevista a mim concedida durante o Congresso Internacional de Mini-basquetebol realizado em Córdoba, fala das mudanças no sistema de classificação para a Copa do Mundo de Basquetebol que será realizada em 2019.

Muratori explicou que o Pré Mundial realizado na Venezuela, em 2013, foi o último, naquele formato, para classificar os países para a Copa do Mundo.

Para 2019 o sistema mudará completamente, a partir do número de países participantes que aumentará de 24 para 36. Além disto Ásia e Oceania formarão uma única zona o que reduzirá para quatro as zonas classificatórias.

Muratori falou como será a classificação para a Zona Americana (que deverá ser igual para África e Ásia+Oceania). Para a Europa, devido ao grande número de países, o sistema ainda está sendo estudado.

As Américas terão sete vagas na Copa do Mundo (ao invés das 4 que tivemos em 2014).

As equipes serão divididas em 4 sub-grupos (A, B, C, D) de 4 equipes cada. Essas quatro equipes jogarão entre si em partidas de ida e volta, nas chamadas “janelas esportivas”. Essas Janelas ocorrerão em novembro de 2017, fevereiro e junho de 2018.

No final desta Janela serão formados dois grupos com os três primeiros de cada zona: GE (GA +GB) e GF (GC + GD). As equipes classificadas do GA jogarão contra as equipes classificadas do GB levando os resultados da fase anterior. Serão também jogos de ida e volta, que serão realizados em setembo e novembro de 2018 e fevereiro de 2019. O mesmo acontecerá entre os classificados do GC e GD.

As três melhores equipes de cada grupo (E e F) e o melhor quarto colocado estarão automaticamente classificadas para a Copa do Mundo de 2019.

Em relação aos Jogos Olímpicos, Muratori afirmou que para 2016 o sistema de classificação será o mesmo, através de pré-olímpicos continentais, mantendo-se o número de 12 equipes. A FIBA está tentando aumentar para 16 equipes em 2020.

Para os Jogos Olímpicos de 2020 também haverá uma mudança importante na classificação das equipes. Somente o país sede terá vaga garantida. Caso se mantenha o número de 12 equipes, 7 vagas serão distribuídas a partir da classificação na Copa do Mundo: 2 para os dois melhores classificados da América, 2 para os dois melhores classificados da Europa e 1 para o melhor classificado da África, Ásia e Oceania.

As 4 vagas restantes serão distribuídas a partir de um torneio que reunirá 24 equipes, divididas em quatro grupos que serão indicadas também a partir da classificação na Copa do Mundo.

Assim sendo, a Copa do Mundo terá um papel muito importante para determinar a classificação para os Jogos Olímpicos.

Agradeço ao Presidente da FIBA, Horácio Muratori pela gentileza e atenção ao conceder essa entrevista, esclarecendo pontos importantes para o futuro do basquetebol mundial.

Entrevistas · Mundial Masculino

Copa do Mundo de Basquetebol: novidades – 1

Amigos do Basquetebol

Aproveitendo a estada do Presidente da FIBA, Horácio Muratori, no Congresso Internacional de Mini-basquetebol tive a oportunidade de entrevistá-lo sobre as novidades da Copa do Mundo de Basquetebol que vigorarão a partir de de 2017 visando o campeonato que será realizado em 2019.

A principais mudanças para a Copa do Mundo de basquetebol são: a mudança do ano de realização, o aumento do número de países participantes (de 24 para 32) e o novo sistema de disputa que dá um número maior de vagas para os continentes, especialmente América e Europa, além da unificação do pré-mundial Asiático e Oceania.

E foi pela questão da mudança de ano de realização que começamos nossa agradável conversa.

VB – Quais os motivos para a mudança do ano de realização da Copa do Mundo de Basquetebol?

HM – O principal deles é que queremos que a Copa do Mundo de basquetebol seja o principal evento do basquetebol mundial. Sabemos que muitos países, por seu realacionamento com o Comitê Olímpico Internacional, dão maior importância à participação nos Jogos Olímpicos. Com esta mudança queremos que esses países possam dar mais importância à Copa do Mundo. Para isto também aumentamos o número de participantes de 24 para 32.

Outro motivo é tirar a Copa do Mundo de Basquetebol do mesmo ano da Copa de Futebol. Como o Futebol é o primeiro esporte no mundo, muitas federações de basquetebol eram prejudicadas após a realização do Mundial de Futebol pois não conseguiam patrocinadores, estatais e privados, devido aos investimentos feitos no futebol. A própria FIBa também tem dificuldades de obter patrocinadores e mesmo espaço na mídia pois os patrocinadores e meios jornalísticos preferem pagar “10 pesos” por 1 segundo no futebol do que pagar “1 peso” por todo o tempo de nós colocávamos à sua disposição para a divulgação do Basquetebol. Mas esta é a realidade pois o futebol é impressionante e é muito difícil mudar esta realidade.

VB – e esta mudança de data será somente para o torneio masculino ou também para o feminino?

HM – a princípio somente para o masculino. Os demais torneios, femininos e todos os campeonatos para jovens continuarão com o mesmo calendário. Isto não significa que não possa haver mudanças. Recentemente tivemos um reunião em Istambul, durante o Mundial feminino e nos preocupa a situação do basquetebol feminino no mundo. Há equipes e jogadoras espetaculares mas que não têm a mesma projeção do que no masculino. Temos que encontrar meio de elevar o nível de projeção do feminino, tentando colocá-lo o mais próximo possível do masculino.

No próximo posta abordaremos as mudanças no sistema de disputa para a Copa do Mundo de Basquetebol Masculino.

 

Entrevistas · Formação Esportiva

Hector Campana fala sobre o mini-basquete

Amigos do Basquetebol

Aproveitando minha estada em Córdoba (Argentina) para participar do Congresso Internacional de Mini-Basquete tive a oportunidade de conhecer dois dos maiores jogadores de Basquetebol da Argentina em todos os tempos.

Refiro-me a Hector Campana e ao Campeão Olímpico Fabrício Oberto. Os dois participaram da aula de abertura do referido congresso falando sobre sua trajetória no basquetebol, do mini à competição de alto nível.

Ambos estiveram o tempo todo com os participantes do congresso, conversando, trocando ideias e atendendo aos pedidos de fotos e autógrafos, sempre retribuindo o carinho de todos.

Eles abordaram diferentes aspectos deste tema e, após a palestra, obtive uma entrevista com Campana que foram de uma simpatia e humildade impressionantes, pouco comuns em atletas que obtiveram as glórias que eles alcançaram.

Nesta breve entrevista procurei sintetizar a opinião desses grande atleta sobre o mini-basquetebol com base em cinco questões.

Um breve relato sobre sua carreira:

Hector Campana jogou basquetebol na primeira divisão do basquetebol Argentino por 25 anos, jogando até os 40 anos. Defendeu a seleção Argentina de 1985 a 1997, conquistando vários títulos pelas equipes pelas quais passou e pela Seleção.

Entrevista:

VB – Qual a importância do mini-basquetebol?

Campana – O mini-basquetebol é o primeiro passo, é a pirâmide para o esporte de alto rendimento. É de onde poderemos tirar futuros atletas. Deve ser incrementado para aumentar a quantidade de praticantes. E é muito importante que os professores e técnicos busquem esses jovens e não esperem que eles venham procurar o basquetebol. Aqui na Argentina esse papel cabe aos clubes, já que nas escolas a educação física é muito básica, a estrutura é inadequada e não há desenvolvimentodo esporte.

VB – Quais os valores que devem ser desenvolvidos pelo mini-basquetebol?

Campana – a primeira coisa é o desenvolvimento da pessoa. Devem ser desenvolvidas a noção de comprometimento, esforço e responsabilidade que são valores que servirão para a vida toda e não só para o esporte.

VB – Qual deve ser o papel do professor/técnico que trabalha com mini-basquetebol?

Campana – A primeira coisa é a preocupação com a pessoa. Ele deve conhecer a criança. Depois vem a parte técnica e tática. Deve conhecer a dinâmica desse jovem, sua família, sua realidade. Portanto, um professor/técnico tem a dupla função de formar a pessoa e ensinar o basquetebol

VB – Você concorda com a especialização precoce?

Campana – Nas idades menores não concordo. Com o desenvolvimento essa especialização vem naturalmente

VB – O que você pode dizer sobre os pais?

Campana – Eu tive uma experiência muito negativa com meu pai que ficava na arquibancada pedindo para substitui o jogador que não me passava a bola. Isto me incomodava. Os pais sempre querem mais e às vezes querem coisas que a criança não pode oferecer. Eles têm que reconhecer que nem sempre a criança vai atingir um nível alto de competição. Pouquíssimos chegarão a ser um Messi ou um Ginóbili.

Quero aqui deixar registrado meu agradecimento a Hector que, com sua simpatia e humildade, é exemplo dentro e fora das quadras. E por isto é tão admirado e cultuado pelos argentinos.

Com Campana, Oberto e meu grande amigo Ricardo Bojanich na inauguração do hotel da Federação de Basquetebol de Córdoba
Com Campana, Oberto e meu grande amigo Ricardo Bojanich na inauguração do hotel da Federação de Basquetebol de Córdoba