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Uma justa homenagem a um dos maiores de todos os tempos

Amigos do Basquetebol

Finalmente, dia 22 de outubro será prestada uma grande e justa homenagem àquele que, em minha modesta opinião, foi um dos maiores jogadores de basquetebol brasileiro de todos os tempos.

O lendário ginásio de esportes do Corinthians passará a se chamar Wlamir Marques.

Esse ginásio foi palco de grandes confrontos entre grandes equipes do basquetebol nacional e internacional. Como esquecer dos jogos contra Real Madrid, Iugoslávia e União Soviética? Como esquecer dos duelos fantásticos contra Palmeiras e Sírio?

E como esquecer das atuações maravilhosas do “Diabo Loiro” naquele palco junto com outros grandes do basquetebol brasileiro.

Ainda garoto vi muitas partidas do Corinthians e do Wlamir naquele ginásio. Tive a honra de jogar no ginásio. Sim, joguei lá e conquistei um título do Torneio Início Infantil pelo Pinheiros vencendo a final contra o Palmeiras.

Também pude comentar jogos ali.

Enfim, não preciso de muitas palavras para demonstrar minha alegria por este momento emblemático do basquetebol brasileiro.

Corinthians e Wlamir. Inseparáveis. Fantásticos.

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Com tabelinha ou sem tabelinha?

Amigos do Basquetebol

Há anos (e muitos anos) acompanho a discussão sobre as regras do minibasquetebol vigentes no Brasil, especialmente nos campeonatos em São Paulo.

Desde o início desse movimento, São Paulo resolveu correr na contramão do que vinha sendo praticado no mundo todo, adotando regras próprias que nem sempre privilegiavam a criança e sim as conveniências dos clubes e, pasmem, dos técnicos que parece terem como maior interesse a conquistas de títulos e não a formação de futuros atletas.

Recentemente, em outra reunião promovida pela Federação Paulista de Basketball, para discutir o assunto, foi aprovada, a partir de votação entre os presentes a retirada da tabelinha com o aro a 2,75m do chão para que as crianças que disputam os campeonatos sub-12 joguem com o aro “normal” que fica a 3,05m do chão.

Foram várias justificativas. Entre elas a falta de profissionais para colocar e retirar a tabela e a principal delas a normativa da FIBA que agora regulamenta esta altura para a referida faixa etária.

No entanto, nas mesma normativa usada como justificativa a FIBA recomenda que não haja cesta de 3 pontos, que não se marque por zona e que não haja tempo para a posse de bola.

Ou seja, a normativa serve para um aspecto mas não para outros.

Tentando alertar os técnicos sobre os malefícios desta medida os representantes da Liga Estudantil de Basquetebol entregaram uma carta aos presentes que passo a divulgar agora com a devida permissão da Liga

Prezados Senhores;

Por meio deste oficio vimos apresentar os motivos pelos quais a LBE (Liga de Basquete Escolar) acredita na importância da manutenção da regra da altura do aro de 2,65 (2,75) na categoria de Mini pela FBP (Federação Paulista de Basketball) no campeonato de 2016.

O Mini é a fase mais importante no processo de formação dos atletas de Basketball, por ser a primeira categoria, é nesta idade que o atleta inicia a aprendizagem das habilidades e fundamentos do jogo e ao mesmo tempo toma gosto e motiva para o processo de treinamento e competição, adquirindo experiências ricas para seu desenvolvimento biopsicossocial e contribuindo para sua formação integral.

Pelo caráter educacional e nesta categoria também que os atletas aprendem os valores inerentes ao esporte e a vida como: respeito, disciplina, comprometimento, companheirismo e outros que fazem que o nosso esporte seja reconhecido na formação do cidadão e do atleta.

Durante vários anos temos visto uma grande incoerência e desordem com relação à uniformidade de regras visando o objetivo principal da categoria que é a iniciação a vida esportiva do Atleta sem pressão e demandas excessivas.

Em 2011 a FIBA Américas lançou um estudo/documento (anexo) visando à padronização enorme na faixa etária de introdução do jogo às crianças, uma das recomendações e que a partir dos 12 anos as crianças devem jogar com aro em altura máxima e com bola n° 5.

Essa mudança foi adotada em federações e confederações, em outros países, sendo motivo de crítica pelos técnicos e especialistas na área. Sua aplicação foi prejudicial aos objetivos da categoria, no que diz respeito ao desenvolvimento do gesto técnico e fundamentos do jogo como também na motivação em alcançar o objetivo principal do jogo, a cesta. Outro motivo é o cerceamento a participação na categoria de atletas mais novos de 10 e 11 anos, pois estes teriam uma dificuldade maior em participar do jogo com o aro na altura máxima. Impedindo assim a formação de equipes de idades mescladas (fato que ocorre em algumas das nossas equipes).

Com estes problemas apresentados a Confederação Argentina (consulta ao Prof. Ricardo Bojanich) voltou atrás na determinação da FIBA e a competição de 2016 terá a altura de 2,65 para crianças até 12 anos. Os atletas com uma estatura acima da média poderão jogar na categoria de 13 anos onde a altura do aro é de 3,05.

Vemos que a decisão da FPB em mudar a altura do aro de 2,75 para 3,05 nesta idade esta embasado neste documento da FIBA Américas e na argumentação dos técnicos da categoria relatando a facilidade de alguns atletas com a estatura acima da média.

Neste sentido descrevemos alguns pontos a serem relevados para manutenção da regra da altura do aro em 2,75 para o campeonato de 2016:

1 – Problemas no processo de ensino do gesto técnico do arremesso. Erros da aprendizagem do gesto técnico do arremesso em função da falta de força na execução no aro da altura máxima.

2 – Cerceamento e dificuldade aos atletas com média de altura inferior de participar com efetividade e motivação na competição.

3 – Cerceamento e dificuldade aos atletas mais novos (10 e 11anos) de participar com efetividade e motivação na competição. Impossibilitando a participação de um número maior de atletas e equipes

4 – Incoerência em seguir as normas da FIBA para a altura do aro e não respeitar as outras regras como:

– Impossibilidade de utilização de defesa por ZONA (permitido somente a defesa individual);

– Lance livre na distância de 4 metros;

– Não existência de cesta de 3 (três) pontos; (Proporcionando que toda cesta de campo tenha o valor de 2 pontos);

– Não existência do Bônus (lance livre extra quando na falta no ato do arremesso);

– Rodízio de jogadores durante os quartos;

– Não existência de prorrogação quando no empate no tempo normal;

– Não existência da regra de 24 segundos e de posse de bola;

Os motivos acima nos levam a crer que a razão da mudança está relacionada, somente com o resultado esportivo em curto prazo. Pois as outras determinações das regras de Mini basquete da FIBA, não são considerados pela Federação e as equipes participantes.

A intenção de elevar a altura do aro restringe o desenvolvimento técnico da maioria dos atletas nesta idade, privilegiando a poucos atletas com altura acima da média, sendo que estes atletas têm a possibilidade de jogar na categoria de 13 anos com altura do aro a 3,05. 

Pensando no desenvolvimento técnico, motivação e futuro do basquete no estado e país, acreditamos que a mudança é prejudicial à evolução e formação de atletas nesta faixa etária.” 

OBS: o texto da carta é de inteira responsabilidade da Liga Estudantil e não sofreu alterações ou correções no momento de sua publicação.

Como um dos defensores da prática do minibasquetebol que privilegia a criança e a participação devo expressar minha total concordância com esta carta e espero que um dia os nossos profissionais pensem mais nas crianças e menos em suas conveniências ou circunstâncias momentâneas.

História do Basquetebol · História do Esporte · Personagens

Moacyr Daiuto: “o” mestre das quadras

Amigos do Basquetebol

Este é o último post em homenagem ao centenário do Prof. Moacyr Brondi Daiuto.

E nele vamos falar de sua trajetória como técnico de basquetebol que atuou por muitos anos em praticamente todos os setores competitivos: universitário, clubes e seleções paulistas e brasileiras.

Após se formar na primeira turma da Escola Superior de Educação Física do Estado de São Paulo, Daiuto iniciou sua trajetória como técnico atuando na ACM de São Paulo, ministrando aulas de Basquetebol e Voleibol.

Na ESEF, Daiuto foi tetra campeão paulista em 1940, 1941, 1942 e 1943 nos torneios promovidos pela Federação Paulista de Basketball. Daiuto também dirigiu a equipe masculina obtendo vários títulos universitários em São Paulo. Seu sucesso como técnico universitário o levou a ser o técnico das seleções paulistas universitária e da seleção brasileira univeristária que disputou as Universíades de Turim, nos Jogos Latino-Americanos em Cuba e na Universíade realizada em Porto Alegre, em 1963.

Em clubes Daiuto iniciou sua carreira iniciou-se em 1948, no Clube de Regatas Saldanha da Gama (Santos). Depois disto ele dirigiu as equipes do Tumiaru de São Vicente (1951), Tênis Clube Paulista (1951), Esporte Clube Pinheiros (1951 a 1959), Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba (1960 – Campeão Estadual).

Nosso mestre também dirigiu os três principais clubes de basquetebol da capital:  Sociedade Esportiva Palmeiras (campeão estadual em1961), Esporte Clube Sírio (Campeão Estadual e Sulamericano em1971) e S.C.Corinthians Paulista onde conquistou  os títulos doTorneio Luciano Marrano (1966 e 1968), dois títulos do Torneio Rumi de Ranieri (1969 e 1970), cinco Campeonatos Estaduais (1964, 1965, 1966, 1968 e 1969), três títulos brasileiros (1965, 1966 e 1969), tri campeão Sul-Americano (1965, 1966 e 1969), Vice Campeão Mundial de Clubes (1965) e bronze no Campeonato Mundial de Clubes (1970).

A trajetória do Professor Moacyr Daiuto em seleções brasileiras adultas masculinas também foi repleta de glórias e grandes conquista. A primeira e talvez a mais significativa delas foi o bronze olímpico obtido em Londres, em 1948 (7 vitórias e 1 derrota) Em 1950, voltou a dirigir a seleção brasileira no primeiro Mundial realizado na Argentina, onde obtivemos o quarto lugar (3 vitórias e 3 derrotas). Sua passagem como técnico da seleção brasileira masculina contabiliza

Como assistente técnico, Daiuto conquistou a medalha de prata no Sul Americano de 1963 e do Pan Americano no mesmo ano. Ainda em 1963 veio a grande consagração com a conquista do Campeonato Mundial realizado no Rio de Janeiro. Sua última participação como assistente técnico em seleções brasileira deu-se no Mundial de 1970, disputado na antiga Iugoslávia, quando ficamos com a medalha de prata.

Daiuto também dirigiu a seleção feminina noi Sulamericano de 1962, ficando com o bronze (4 vitórias e 2 derrotas).

Sua carreira como técnico foi encerrada em 1971 quando se dedicou exclusivamente à carreira acadêmica deixando um legado muito importante para o esporte nacional que foi e ainda deve ser tomado como exemplo por todos que tomaram e tomam o basquetebol como sua paixão.

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História do Basquetebol · Personagens

A melhor dupla do basquetebol brasileiro

Amigos do Basquetebol

No ano em que comemoramos os 50 anos da conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio escrevo este post para homenagear aquela que eu considero a mais importante dupla de jogadores do basquetebol brasileiro de todos os tempos e que representa o que houve de melhor em nosso basquetebol: Amaury Pasos e Wlamir Marques.

É claro que é uma preferência pessoal e está no contexto de atletas que vi jogar a partir da década de 1960. Portanto, esta visão exclui, sem nenhum demérito, os grandes atletas que tivemos antes da década de 1960.

Ele também não pretende tirar o mérito de outras grandes atletas que muito contribuiram para colocar nosso basquetebol no mais alto nível.

É apenas uma justa homenagem aos dois atletas que, juntos, conquistaram os principais títulos do basquetebol nacional e internacional.

Amaury Pasos teve uma passagem pelo basquetebol argentino em sua juventude mas, no Brasil, iniciou sua carreira no Clube de Regatas Tietê (que hoje, infelizmente não existe mais) e jogou pelo Sírio e Corinthians.

Wlamir Marques é natural de São Vicente (SP) e atuou pelo Clube Tumiarú, XV de Piracicaba, Corinthians e Tênis Clube de Campinas.

Rivais quando atuavam pelo Sírio (Amaury) e  XV e Corinthians (Wlamir) esses dois grandes atletas sempre proporcionaram grandes batalhas nas quadras até que, em 1966, tiveram a oportunidade de atuar juntos pela grande equipe do Corinthians daquela década. E pelo Corinthians obtiveram muitos títulos paulistas, brasileiros e sulamericanos.

Também atuaram juntos em muitas seleções paulistas, conquistando diversos títulos brasileiros que, infelizmente, os registros (ou a falta deles) não me permite detalhar.

Já na Seleção esses dois “monstros sagrados” de nosso basquetebol tiveram uma trajetória muito parecida, culminando com dois títulos mundiais (59 e 63) e duas medalhas olímpicas (60 e 64).

Além desses feitos fantásticos, Amaury e Wlamir disputaram muitos Campeonatos Sul-Americanos e Pan-Americanos sagrando-se campeões em diversas oportunidades.

As conquistas

Atuando juntos, Amaury e Wlamir obtiveram as seguintes conquistas:

Corinthians: 5 títulos do Campeonato Paulista Metropolitano (66, 67, 68, 69 e 70); 3 Estaduais Paulistas (66, 68 e 69) e 2 Sul-Americanos inter clubes (66 e 69)

Seleção Brasileira:

Jogos Olímpicos: 56 (6o.), 60 (bronze) e 64 (bronze)

Campeonatos Mundiais: 54 (vice), 59 (campeão) e 63 (campeão)

Pan-Americanos: 55 (bronze), 63 (prata) e 67 (7o.)

Sul-Americanos: 58, 60, 61 e 63 – em todos o Brasil sagrou-se campeão

Nessas quatro competições, os dois atuaram juntos em 94 partidas e anotaram 2719 pontos (média de 28,9 pts por partida) , segundo fonte da CBB (www.cbb.com.br)

Opinião

Menon, um dos principais atletas brasileiros de todos os tempo e que jogou com Amaury no Sírio e com Wlamir e Amaury na Seleção Brasileira emitiu sua opinião sobre a dupla.

“Trata-se da maior dupla que o basquete brasileiro já colocou em quadra. Amaury, meu ídolo, foi, em minha opinião, o melhor e mais completo jogador brasileiro até os nossos dias. Wlamir apresentava uma versatilidade de recursos técnicos impressionante. Quando eu integrava a equipe juvenil da Sociedade Esportiva Palmeiras, fazia questão de assistir aos jogos do E. C. Sírio para observar a inteligência das jogadas e tudo mais que o Amaury produzia em quadra. O mesmo interesse era assistir aos jogos do XV de Piracicaba para me deleitar com as infiltrações e arremessos do Wlamir. Tentei copiá-los insistentemente. NÃO CONSEGUI.  Tive a satisfação e honra de jogar ao lado dessa dupla, em várias competições pela seleção brasileira”.

 

Amaury exibindo sua incomparável técnica contra os norte-americanos
Amaury exibindo sua incomparável técnica contra os norte-americanos
Wlamir "voando" em sua jogada característica
Wlamir “voando” em sua jogada característica