Mundial Masculino · Todos os posts

Mundial sub-19 masculino

Amigos do Basquetebol

Está começando o 11o. Campeonato Mundial sub-19 masculino na República Tcheca.

Dezesseis equipes lutarão por um título e poderão revelar grandes nomes para o futuro do basquetebol.

Os grupos estão assim divididos:

A – Canadá, Croácia, Coreia e Espanha

B – Argentina, Rep. Tcheca, Irã e Lituânia

C – Austrália, Brasil, Senegal e Sérvia

D – China, Costa do Marfim, Rússia e Estados Unidos

Classificam-se três equipes de cada grupo para a segunda fase que será disputada entre os grupos AxB e CxD. As quatro equipes melhores classificadas dos grupos E e F jogarão no sistema de cruzamento (1Ex4F; 2Ex3F; 3ex2F e 4Ex1F). Os vencedores disputam as semifinais.

O Mundial sub-19 começou a ser disputado em 1979 (Brasil) ainda com o nome de Mundial de Juniores que perdurou até 2203. A partir de 2007 passou a ser sub-19.

Os Estados Unidos possuem 4 títulos, seguidos por Yugoslávia, Grécia, Espanha, Austrália e Lituânia (vencedora do último realizado em 2011) com 1 título cada.

O Brasil foi vice-campeão em 1979, 3o. em 1983 e 4o. em 2007. Na sua última participação, em 2011,  o Brasil  obteve o 11o. lugar.

Alguns nomes famosos que surgiram nessas competições:

Brasil: André, Guy, Silvio Malvezi, Israel, Fábio Pira, Rolando, Luiz Felipe, Paulão Mendl, Zanon, Pipoka, Paulinho Vilas Boas, Chui, Walter Roese, Minucci, Alexey, Adriano Bavaresco, Vanderley, Cambrais, Janjão ,Rogério, Giovannonni, Jeferson Sobral, Betinho, Paulão Prestes, Raul, Lucas, Leo Mendl, Lucas Nogueira.

Estados Unidos: James Worthy, Sam Perkins, Larry Johnson, Gary Payton, Stephon Marbury, Vincent Carter, Deron Williams

Argentina: Camissassa, Kamerichs, Leiva, Montechia, Farabelo, Wolkoski, Scola, Pepe Sanchez, Leo Gutierrez, Paladino

União Soviética: Kurtinaitis, Kirilenko, Tikonenko, Marciulenis, Volkov, Sabonis

Espanha: Navarro, Reyes, Pau Gasol

Austrália: Andrew Gaze

Grécia: Papanikolao, Rentzias, Papadopoulos, Fotsis, Perperoglu, Shortsanitis, Sloukas

Lituânia: Kleiza, Jankunas, Kaukenas, Jasikevivius

Eslovênia: Lorbek

Porto Rico: Barea, Ortiz, Santiago

É um campeonato importantíssimo para que novos talentos surjam para garantir o futuro do nosso basquetebol.

Desejamos toda a sorte do mundo para os comandados do Demétrios.

Yugoslávia: Obradovic, Radovic, Cutura, Kukoc, Dino Radja, Bodiroga, Rebraca

Formação Esportiva

O treinador de basquetebol: pedagogo e psicólogo

Amigos do Basquetebol.

Trago mais uma contribuição sobre o papel dos treinadores na condução de equipes de base.

O dinamismo do jogo de basquetebol, representado pelas inúmeras possibilidades de ações (sejam elas defensivas ou ofensivas), leva os jogadores a enfrentar situações onde a atenção, a concentração e a tomada rápida de decisões tornam-se capacidades fundamentais para o sucesso dos mesmos.

Essas situações são permeadas por regras que limitam as ações dos jogadores como o tempo de posse de bola, retenção da mesma, passagem de defesa para ataque, permanência na área restritiva do adversário, limitação do contato entre adversários, entre outras. A instabilidade ambiental no qual o jogo é realizado também contribui para esse dinamismo e para as incertezas provenientes das ações individuais e coletivas, ou seja, a presença do adversário, a movimentação dos companheiros, a participação da arbitragem e as regras já citadas fazem com o atleta utilize focos alternados de atenção, requerendo uma rápida leitura da situação e uma antecipação dos movimentos.   O basquetebol não apresenta dois momentos iguais e isto exige do atleta muita inteligência e criatividade, além dos atributos físicos, técnicos e táticos tão necessários para a prática desse esporte.

Todos esses ingredientes fazem do basquetebol um esporte no qual o treinador assume uma posição fundamental tanto na preparação das equipes, quanto na regência dessas equipes em situação competitiva. Ele deve ser visto como o grande organizador das ações responsáveis pelo sucesso individual e coletivo, e também como o agente capaz de aglutinar todas elas e ainda fazer com que seus atletas controlem suas emoções para poder desempenhar de forma convincente e eficiente.

Os treinadores, especialmente aqueles envolvidos com o trabalho formativo, devem ter uma preparação mínima já que vão trabalhar com jovens que têm somente um conhecimento básico do esporte que irão praticar. Sem dúvidas, o treinador que atua na iniciação esportiva que deve ter uma formação sólida que lhe sirva de instrumento para planejar o ensino do esporte respeitando as etapas evolutivas desses jovens.

No âmbito pedagógico o papel do treinador deve transpassar a simples barreira do ensinar movimentos específicos ou movimentações táticas para suplantar os adversários. As ações pedagógicas direcionadas principalmente para a formação esportiva sugerem o domínio de várias áreas de conhecimento sobre o indivíduo e sobre a atividade para que sejam aplicadas de forma adequada às necessidades do jovem praticante, respeitando suas caractrísticas.

Entre esses domínios podemos citar o biológico, psicológico, técnico, tático, social e cultural. Ou seja, conhecer a criança nos seus mais diferentes aspectos (físicos, intelectuais, personalidade, inserção social) e a atividade (demandas energéticas, demandas psicológicas, demandas técnico/táticas e impacto cultural da mesma sobre a comunidade) é fator preponderante para determinar a ação pedagógica do profissional que atuará sobre um determinado grupo de jovens.

No âmbito psicológico apesar de vários autores reconhecerem a importância da preparação psicológica, ainda há uma grande falta de sistematização do trabalho e, por que não dizer, falta de conhecimento do impacto dos aspectos psicológicos presentes em uma atividade esportiva, especialmente as de competição, sobre o desempenho e também sobre o comportamento dos atletas.

A realidade esportiva mostra que, na maioria das equipes de base do basquetebol, o treinador também exerce a função de psicólogo, aumentando, desta forma, a carga de responsabilidade sobre as ações de seus atletas e do grupo.

Fica evidente que o treinador deve ter uma participação ativa no processo de formação do jovem, porém provido de conhecimentos suficientes que permitam uma atuação segura e benéfica para os futuros atletas. Esse conhecimento deve ocorrer em quatro domínios:

  • conhecimento do indivíduo com quem se vai trabalhar (sua realidade biológica, psicológica e social)
  • conhecimento da modalidade com a qual irá trabalhar (aspectos físicos, técnicos e táticos)
  • definição adequada de métodos e estratégias de trabalho: planejamento, critérios justos de seleção e de avaliação dos atletas, definição real de objetivos e escolha dos métodos de treinamento e dos exercícios que farão parte desta atividade, entre outros
  • intervenção eficaz no processo (atitudes positivas com o oferecimento de condições adequadas de aprendizagem e estímulo à resolução de problemas e tomadas de decisão)

Em suma, independentemente do nível de atleta com o qual o treinador esteja trabalhando, mas especialmente nas categorias de base, sua concepção pedagógica deve ser voltada para a valorização do ser humano, para o incentivo à prática esportiva livre e para o desenvolvimento de um espírito crítico e cidadão. A partir dessa concepção o esporte será encarado com uma forma saudável de atividade, onde o prazer e a alegria da prática serão predominantes.

Basquetebol Europeu · Todos os posts

Euro Feminina entra na segunda fase

Amigos do Basquetebol

Com a surpreendente eliminação da atual campeã Rússia, a EuroBasket Feminina entra em sua segunda fase.

A primeira fase contou com 16 equipes distribuídas em quatro grupos dos quais três classificaram-se:

A – Turquia (3-0); Montenegro (2-1); Eslováquia (1-3); Ucrânia (0-3)

B – Espanha (3-0); Suécia (1-2); Itália (1-2); Rússia (1-2)

C – França (3-0); Grã Bretanha (2-1); Sérvia (1-2); Letônia (0-3)

D – Belarrússia (2-1); Rep. Tcheca (2-1); Croácia (1-2); Lituânia (1-2)

Na segunda fase, que começa dia 19/06, as equipes classificadas dos grupos A e B formarão o Grupo E e as equipes classificadas dos grupos C e D formarão o grupo F. Jogarão entre si no grupo mantendo os resultados dos grupos originais. As quatro melhores equipes de cada grupo passarão à fase de quartas de final jogando no sistema de cruzamento olímpico.

Como já disse a grande surpresa foi a eliminação da Rússia, campeã de 2011 e 4a. colocada nos Jogos Olímpicos de Londres.

A Euro Feminina é disputada desde 1938, quando a Itália sagrou-se campeã. A então União Soviética é a equipe com o maior número de títulos – 21 – sendo 17 conquistados de forma consecutiva de 1960 a 1991. Também sagram-se campeãs as equipes da Rússia (3), França (2), Bulgária, Espanha, Ucrânia, Lituânia, Polônia e Rep.Tcheca (1 vez cada).

A euro Feminina classificará cinco equipes para o Mundial de 2014 na Turquia. No caso da Turquia obter uma das vagas, ela será cedida ao país 6o. colocado, pelo fato de ser o país sede do mundial.

Espanha, França, Montenegro e Rep. Tcheca, Belarrússia e Grã Bretanha são as equipes que brigarão diretamente pelas vagas.

Alguns números:

Média de pontos: Espanha (73,7)

Rebotes: Belarrússia (45,7)

Assists: Turquia (18,0)

% de 2 pts: Turquia (53%)

% de 3 pts: Suécia (40,0%)

% L.Livres: Montenegro (91,0%)

Os jogos podem ser acompanhados online pelo site http://www.eurobasketwomen2013.com

Formação Esportiva

Sugestões para intervenções do treinador de categorias de base

Amigos do basquetebol

Ser treinador de categorias de base requer muito mais além do conhecimento específico da modalidade. Os conhecimentos sobre desenvolvimento humano, psicologia do esporte, aprendizagem motora e pedagogia do esporte são fundamentais para o sucesso do trabalho.

Evidentemente que adquirir e aprimorar esses conhecimentos requer muito estudo e experiência. Além disto, a prática nos mostra que alguns comportamentos são muito importantes para se lidar adequadamente com os jovens atletas.

Para contribuir um pouco mais para que os treinadores possam criar um bom ambiente de aprendizagem nas categorias de base seguem algumas sugestões de intervenções:

  • O número de informações e correções deve ser em quantidade suficiente para estimular e orientar a aprendizagem. Cuidado para não exagerar! ;
  • Corrija somente o necessário para que o atleta possa continuar jogando ou executando um gesto técnico de forma adequada e prazerosa;
  • Fale somente o necessário. Seja objetivo. Não deixe que sua voz se torne um “stress” para os alunos;
  • Elogie e incentive quando o atleta mostra uma nova aprendizagem ou que está no caminho certo. Mas não exagere, senão o elogio perde o efeito;
  • A crítica deve ser utilizada como ferramenta para promover a melhoria do desempenho e ajustar o rumo do aprendizado. Use-a com sabedoria;
  • Seja objetivo, deixe claro o que pretende que o atleta aprenda e execute;
  • Incentive o atleta a tentar, mesmo que erre;
  • Foque no esforço em aprender, mas não esqueça de destacar a importância do produto do desempenho;
  • Se precisar, demonstre os movimentos e os posicionamentos;
  • Utilize modelos – fotos, vídeos;
  • Nunca utilize um atleta como exemplo para mostrar possíveis erros de execução;
  • Evite comparações individuais;
  • Promova desafios em níveis adequado para que não se tornem ameaças aos atletas;
  • Procure envolver todos os atletas na atividade;
  • Varie as atividades para atingir um mesmo objetivo;
  • Não despreze a criatividade de seus atletas;
  • Ofereça aos atletas a oportunidade de encontrar soluções próprias para problemas de jogo e
  • Ao final, pergunte a eles sobre as atividades: se gostaram, o que mudariam…

A interação entre treinador/atleta é fundamental para o desenvolvimento e progressão do trabalho. Somente em um clima favorável à aprendizagem e aperfeiçoamento do desempenho.

Não confunda autoridade com autoritarismo.

A liderança se obtém com respeito, conhecimento, compreensão e justiça.

Leituras · Todos os posts

Boas Leituras: Phil Jackson – eleven rings

Amigos do Basquetebol

Depois de uma ausência para colocar alguns assuntos em ordem, nada melhor do que voltar com uma boa sugestão de leitura.

Trata-se do livro Eleven Rings: the soul of success (2013, Penguim Press, NY) do grande técnico Phil Jackson ganhador de 11 títulos da NBA (6 com o Chicago e 5 com o L.Angeles).

O livro conta a história da Jackson desde seus tempos de jogador universitário até a brilhante carreira como treinador (o maior vencedor de títulos da NBA) e seus relacionamentos com feras como Jordan, Pippen, Kobe Bryant e Shaquilli O´Neal.

Não sei se este livro já está disponível nas livrarias brasileira. Eu o adquiri pela Amazon e com o frete o preço total foi de R$ 56,00 (vale muito o investimento.

Phil Jackson 001

Opinião do autor · Todos os posts

500 posts

Amigos do Basquetebol

Em 19 de agosto de 2010 o Viva o Basquetebol ia ao ar pela primeira vez.

Como costumo dizer, começou com uma simples brincadeira e pela vontade de informar os amigos do basquetebol sobre o que aconteceria no Campeonato Mundial de Basquetebol Masculino que seria realizado dias depois na Turquia.

No primeiro post eu explicava o porquê do título “Viva o Basquetebol” que foi “importado” dos festivais de basquetebol que eu realizei na USP durante alguns anos.

Inicialmente, ele representa a vida do nosso querido Basquetebol. Que ele possa viver para sempre como um dos esportes mais fascinante que conhecemos. Que no Brasil ele possa “reviver” suas fantásticas glórias e que possa “sobreviver” a tudo que for contrário a ele.

Talvez não tenhamos ainda conseguido reviver as glórias obtidas por outras gerações que nos brindaram com títulos mundiais, pan-americanos, sul americanos e medalhas olímpicas. Mas ele continua sobrevivendo às dificuldades com que a maioria dos esportes lidam no nosso país: falta de investimentos, falta de incentivo para a formação de novos talentos, falta de um maior apoio à formação de profissionais para poder trabalhar de maneira adequada com a base, falta de uma maior organização, falta de gestores profissionais, falta de divulgação, etc…

O segundo sentido é o convite para que vocês vivam as emoções do Basquetebol. Participe, divulgue, atue, escreva, critique, jogue. Enfim faça parte desse esporte.

Nesses dois anos presenciei um aumento considerável de pessoas interessadas pelo esporte, de gente escrevendo sobre o basquetebol nas redes sociais (mesmo aqueles pessimistas de plantão, o que não deixa de ser um veículo de divulgação do esporte). Muitas pessoas passaram a acompanhar sites, blogs, twiters, aumentando a rede de informações sobre nosso esporte.

E, finalmente, tem o sentido da comemoração do sucesso e recolocar o Basquetebol no lugar que ele merece.

Pudemos sim comemorar. O Basquetebol masculino voltando aos Jogos Olímpicos, fazendo boa figura no Mundial, novos talentos surgindo e um campeonato profissional muito bem pela LNB nos dando boas perspectivas para o futuro. O feminino tentando reencontrar seu caminho após sucessivas mudanças de treinadores e sua luta para encontrar talentos que possam remetê-lo aos sucessos passados.

É claro que há ainda muito a ser feito. Temos que querer mais. Temos que pensar alto. E para isto é importante que nos posicionemos de forma séria e responsável.

Neste sentido, o Viva o Basquetebol continuará sempre oferecendo algo para seus seguidores. Informação, comentários, artigos, entrevistas, cultura. Não só sobre o basquetebol, sobre o esporte de maneira geral.

E para isto vocês que prestigiam o blog são figuras centrais. O Viva o Basquetebol quer tê-los sempre presentes para  viver, reviver e comemorar esse esporte que amamos tanto.

Obrigado a todos pelo carinho nesses primeiros 500 posts e

VIVA O BASQUETEBOL!

Coração

História do Esporte · Todos os posts

O evolução do esporte no Brasil: a importância do Rio Tietê

Amigos do Basquetebol.

A disseminação do esporte no Brasil teve uma relação muito forte com a geografia do país. As regatas foram predominantes nesta época em função das praias e rios.

No Rio de Janeiro, clubes que hoje são conhecidos pelo futebol foram criados em função das regatas: Vasco, Flamengo e Botafogo.

Em São Paulo, o Rio Tietê foi berço de diversos clubes também voltados para as regatas. No Rio Tietê também eram praticadas provas de natação e saltos.

No final do século XIX o Rio tietê era uma importante via de acesso a diferentes pontos da Cidade de São Paulo e também para cidades do interior Paulista. Além disto, o Rio era fonte de alimentação devido à enorme quantidade de peixes lá existente.

O Rio Tietê possuia (e ainda possui) várias pontes ao longo de seu curso. Mas a Ponte Grande (atual Ponte das Bandeiras) situada na região da Chácara da Floresta (onde hoje encontra-se o Clube Espéria) pode ser considerada o berço do esporte na cidade de São Paulo, por ser o ponto mais próximo do centro da cidade.

Na região da Ponte Grande começaram a proliferar os clubes voltados às atividades aquáticas, das quais o remo era a principal. Surgiram o Clube de Regatas Tietê, Clube Espéria e Associação Atlética São Paulo, Clube Esportivo da Penha, Clube de Regatas São Paulo (extinto), Associação Atlética Palmeiras ( extinta – nenhuma relação com a S.E. Palmeiras), Associação Atlética São Bento (extinto), Esporte Clube Sírio, Portuguesa de Desportos, S.C. Corinthians Paulista, Clube Estrela (extinto), Associação Alemã de Esportes (extinto), Clube da Força Pública, Clube Ginástico Paulista (extinto), São Paulo F.C., A.A. Guarani,

Esses clubes foram responsáveis pelo surgimento de inúmeros atletas amadores (na época) de renome nacional e internacional, como Maria Lenk, nossa principal nadadora.

Os esportes aquáticos e náuticos foram os que tiveram a maior influência do Rio Tietê, por motivos óbvios. O remo era a principal atividade, seguida da natação e dos saltos ornamentais que era praticado nas “plataformas” da Ponte Grande.

A primeira competição de Remo realizada no Rio Tietê aconteceu em 1903, sob o patrocínio do Clube Espéria. Ela aconteceu devido à dificuldade de locomoção dos barcos e atletas para as praias de Santos, onde aconteciam as regatas. E foi uma competição basicamente entre os remadores do Espéria  e atletas santistas, já que outros clubes à margem do Tietê ainda não tinham suas equipes organizadas.

A partir de uma melhor organização das equipes surgiu uma grande rivalidade entre Espéria e Tietê no remo. As vitórias do Tietê (os “vermelhinhos”) sobre o rival eram comemoradas com tiros de festim dados por um canhãozinho voltado para o lado “esperiota”. Já os azuis do Espéria comemoravam dando “bananas” a seus adversários. Infelizmente, hoje, o Clube de Regatas Tietê já não existe mais devido a má administração. Foi apagada uma história muito bonita do esporte paulista e brasileiro.

A natação também foi muito praticada nas outrora águas límpidas do Rio Tietê. As competições, eram realizadas na região da Ponte Grande e o espaço era delimitado por flutuadores e cordas, sem a divisão em raias. As provas variavam de 100 a 350m. Mas também existia a Travessia do Tietê em uma distância de 5.500m. Essa distância corresponde ao percurso entre a Ponte das Bandeiras e a Ponte da Vila Maria.

Posteriormente, outros esportes proliferaram nos clubes ribeirinhos com destaque para futebol, atletismo, tênis, basquetebol e patinação.

Infelizmente, hoje o Rio Tietê nada tem a ver com aquele Rio que gerou tantas alegrias aos esportistas paulistanos. Ladeado pela “famosa” Marginal do Tietê, ele tornou-se um esgoto a céu aberto onde poucos dos antigos clubes sobrevivem.

Mas as lembranças de um época não podem ser esquecidas. No Parque Ecológico do Tietê há um pequeno museu onde se pode apreciar um pouco desta história esportiva do Rio Tietê. Além disto, a obra que gerou este pequeno resumo não pode deixar de ser consultada por quem gosta de história e, principalmente, da história esportiva da Cidade de São Paulo que muito deve ao Rio Tietê.

Tietê: o rio do Esporte. – Henrique Nicolini – Ed. Phorte – 2001

Prova de Natação no Rio Tietê - década de 1920
Prova de Natação no Rio Tietê – década de 1920
Colaboradores · Psicologia do Esporte · Todos os posts

Como você lida com o sucesso?

Amigos do Basquetebol

Neste post trago a colaboração do meu grande amigo e excelente profissional Hermes Balbino.

Hermes é psicólogo, Doutor em Educação Física pela UNICAMP, ex-preparador físico da seleção brasileira feminina Campeão do Mundo (1994), Medalha de Prata em Atlanta (1996) e Medalha de Bronze em Sydney (2000).

O Prof. Hermes nos traz um tema interessante sobre como lidar com o sucesso. Vamos ao texto:

Como você lida com o sucesso?

Chegar a um ponto máximo de uma conquista traz uma sensação indescritível, e é uma das etapas para a realização pessoal. Consegue aceitar que merece a experiência de sentir a felicidade da realização? E quanto custa manter-se neste nível de cumprir etapas bem sucedidas? Você está preparado para assumir as responsabilidades que o sucesso traz?

Um fato ocorrido com o tenista John McEnroe, após vencer de maneira espetacular seu adversário Bjorn Borg, chama a atenção para a possibilidade aparentemente impossível: o medo do sucesso. Após essa vitória, McEnroe tornou-se o tenista número 1 do ranking mundial e confessa que a adaptação a esta nova posição foi difícil e custosa, pois tornou-se para ele muito mais um peso do que uma conquista e reconhecimento pelos seus esforços. Foi notório que sua técnica e seu jogo caíram sensivelmente: “eu não conseguia ajeitar as coisas, e não sei por quê”. Os medos decorrentes das responsabilidades pela manutenção desta posição cobravam um outro investimento de McEnroe, pois sendo o primeiro, a vista mudara sensivelmente.

Quando vencemos um desafio, tem-se a ilusão de que este ponto é o último de uma jornada e o descanso para desfrutar desta glória aparente será o prêmio merecido pelos investimentos de um longo caminho. No entanto, depois dos momentos de felicidade inicial, a ilusão se desfaz.

Jerry Lynch nos ensina que assim como não devemos nos apegar às experiências frustradas pelo insucesso, não devemos nos apegar às nossas vitórias. Os momentos de triunfo servem de apoio a novos momentos de desafios que estão por vir. Vencer ou perder significa resultado alcançado ou não. Após esse momento, outro ciclo se abre e devemos estar prontos e renovados para começar tudo novamente, pois a jornada pessoal não termina com uma conquista, seja ela qual for. É ilusão para o homem ‘ter que’ manter a posição no topo, em qualquer domínio das atividades humanas, sejam esportivas ou do mundo organizacional. Por isso, não precisamos temer o sucesso, pois ele sempre será seguido por novos ciclos que se iniciam após alcançá-lo.

Para alguns atletas, o sucesso pode tornar-se um monstro com o decorrer do tempo, e passam a sabotar de maneira inconsciente a possibilidade de vencer, interrompendo o fluxo de seus esforços ao adoecer ou sofrerem com lesões surpreendentes às vésperas de grandes desafios. Associam a vitória com o enorme estresse que o sucesso traz. Ao pensarem assim, o desempenho decai, e tornam-se susceptíveis a erros e à inconsistência da performance. Aqui devemos lembrar que as pessoas que participam de um contexto que exige resultados estão sujeitas a falhas, se estão dispostas a fazer coisas com qualidade. No entanto, aprender com falhas não significa que se deve desejá-la, pois podem vir antes do tempo. O sucesso, ao contrário do que muitos pensam, alavanca outras áreas da vida como trabalho, família, amigos, e pode trazer à tona a possibilidade de dedicar-se mais a uma atividade em que alguém se mostra especialista por fazer algo bem feito.

Diz a Sabedoria: “Faça o que gosta de fazer e torne-se um mestre nisso”.