Jogos Pan-Americanos · Opinião do autor

Seleção do Pan

Amigos do Basquetebol

A Seleção para o Pan foi convocada.

E a história se repete. Novamente a NBA tão decantada vem atrapalhar nossos planos de renovação. Por ela Bruno Caboclo e Lucas Bebê abriram mão da convocação. Claro que é uma decisão que cabe aos atletas, mas é triste ver que dois jovens promissores deixam a seleção por conta das exigências com a NBA.

Enfim, é uma realidade que temos que admitir. O dinheiro fala mais alto. Um filme que se repete.

Quanto a convocação, fiquei feliz uma mescla de experiência e juventude coisa que sempre defendi principalmente em um campeonato que, infelizmente, já não é tão atrativo. Será uma grande oportunidade para que os jovens convocados participem de uma competição internacional e que a partir dela possam vislumbrar os Jogos Olímpicos de 2016 e o Mundial de 2019.

Pode-se contestar um ou outro convocado (ou não convocado). Eu senti falta do Cristiano Felício e do LUcas Mariano. Mas falar de fora é fácil e, com certeza, nossa comissão técnica teve seus critérios e isto não se pode discutir.

Os convocados:

Rafael Freire Luz – Armador – 23 anos – 1,88m – Rio Natura Monbus Obradoiro (ESP) – SP
Raul Togni Neto – Armador – 23 anos – 1,84m – UCAM Murcia (ESP) – MG
Ricardo Fischer – Armador – 24 anos – 1,83m – Bauru (SP) – SP
Larry James Taylor Júnior – 34 anos – Armador – 1,85m – Bauru (SP) – Estados Unidos
Vitor Alves Benite – Ala-Armador – 25 anos – 1,90m – Flamengo (RJ) – SP
Leonardo Simões Meindl – Ala – 22 anos – 2,00m – Franca Basquete (SP) – SP
Marcus Vinicius Urban Toledo dos Reis – Ala-Pivô – 28 anos – 2,03m – Pinheiros (SP) – SP
Carlos Alexandre Rodrigues do Nascimento “Olivinha” – Ala-Pivô – 32 anos – 2,03m – Flamengo (RJ) – RJ
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 28 anos – 2,08m – Bauru (SP) – SP
Rafael Ferreira de Souza – Pivô – 26 anos – 2,09m – Limeira (SP) – MG
Gerson do Espírito Santo Junior – Pivô – 24 anos – 2,05m – Mogi das Cruzes (SP) – RJ
Augusto Cesar de Lima Brito – Pivô – 23 anos – 2,08m – UCAM Murcia (ESP) – RJ
Média de idade: 26 anos
Média de altura: 1,97m

Além desses foram convidados a participar dos treinamentos os atletas:

João Phylippe Belmiro Bernardi – Ala – 24 anos – 1,98m – Macaé Basquete (RJ) – RO
Arthur Henrique Estela Bernardi – Ala – Pivô – 2,06m – Caxias do Sul (RS) – RS
Wesley Alexandre Sena da Silva – Pivô – 19 anos – 2,08m – Bauru (SP) – SP

Comissão Técnica

Diretor: Vanderlei Mazzuchini Júnior
Administrador: Vinicius Alvarez
Técnicos: Rubén Magnano e José Alves dos Santos Neto
Assistentes Técnicos: Demétrius Conrado Ferraciú e Rodrigo Carlos da Silva
Preparadores Físicos: Diego Miceli Jeleilate e Diego Maroja Falcão

Programação de treinos:

Data: 15 a 20 de junho
Local: Ginásio do Club Athlético Paulistano
(Rua Honduras, 1400 – Jardim América – SP)

Data: 21 de junho a 10 de julho
Local: Esporte Clube Sírio
(Avenida Indianópolis, 1192 – Planalto Paulista – SP)

Só temos que desejar boa sorte e que esses rapazes nos representem dignamente e que muitos representem o inicio de uma nova era para nosso basquetebol.

 

PS: por motivo de viagem o blog não terá novos posts até o dia 15 de junho.

Entrevistas · Jogos Olímpicos · Jogos Pan-Americanos

O Basquetebol brasileiro em cadeiras de rodas

Amigos do Basquetebol

Neste post trago uma entrevista que realizei com o técnico da seleção brasileira de basquetebol em cadeiras de rodas que está treinando em S.Caetano preparando-se para o ParaPan e Parlimpíadas, Antonio Carlos Magalhães, mais conhecido como Pulga, ex-atletas que atuou muitos anos no basquetebol carioca.

Falamos sobre as possibilidades da nossa seleção nessas competições, comparação com outros centros, estrura e outros assuntos.

Antonio Carlos assumiu este projeto em junho de 2013 mas já teve passagens por seleções Parlímpicas de basquetebol como  técnico em Atlanta e assistente técnico em Beijing. A melhor colocação brasileira foi um nono lugar, mas ele acredita que o atual grupo poderá surpreender e obter inéditas medalhas no Pan e nos Jogos Paralímpicos, apesar de ter obtido classificação no último Mundial.

O trabalho que está sendo realizado é muito forte e com as melhores condições até agora.

Alguns fatores contribuem para que isto seja possível: a melhoria da estrutura do esporte, um maior intercâmbio com forças mundiais (especialmente a Grã Bretanha e a Argentina), um maior envolvimento dos atletas  e melhora de suas condições.

Quanto a estrutura, além das melhores condições de treinamento e sobrevivência no esporte dada aos atletas, já que muitos já podem ser considerados profissionais em suas equipes de origem, a seleção conta com uma comissão técnica qualificada que, além de um técnico especialista, tem um assistente técnico italiano experiente (Mateo Ferriani) com passagens por equipes italianas e seleção australiana e que atualmente trabalha em São José do Rio Preto, fisioterapeuta, coordenadora (Maria de Fátima) para cuidar dos assuntos administrativos e um mecânico que cuida da manutenção das cadeiras de rodas que são em sua totalidade importadas pois no Brasil não há fabricantes deste material que ofereçam aos atletas melhores condições de atuar. Mas uma empresa brasileira está fazendo um trabalho de análise científica para produzir no Brasil cadeiras adequadas e em nível das mesmas fabricadas internacionalmente. Este projeto deverá ser finalizado até fevereiro de 2016. Nas viagens internacionais há o acompanhamento de um médico. Além disto há um trabalho de marketing desenvolvido pela Confederação Brasileira….

Sobre o intercâmbio, durante muito tempo o Brasil não teve a oportunidade de medir forças com grandes potências do esporte onde se destacam Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Espanha e Argentina entre outros. No ano passado, o Brasil realizou três partidas contra a Grã-Bretanha tendo vencido uma. Na primeira partida o Brasil entrou com um sentimento de que eles eram os todo poderosos e perdemos de 17 pontos. Já na segunda partida foram feitas várias experiência e o Brasil superou o trauma e venceu por 12 pontos e na terceira partida perdemos por 2 pontos na prorrogação após estarmos perdendo de 20. Enquanto esta seria a sétima partida brasileira em nível internacional, os ingleses já haviam disputado cerca de 47 partidas internacionais. Esta falta de enfrentamento com forças internacionais, inicialmente, trazia para os brasileiros uma sensação de inferioridade que foi se dissipando com o passar dos jogos. Outro fator interessante foi o sentimento dos jogadores em relação à torcida, entendendo que ela exercia uma pressão muito grande sobre a equipe. Mas com o passar do tempo a equipe passou a entender a torcida como um fator de pressão sobre os adversários. Portanto, isto mais uma vez constata que a falta de jogos internacionais pode fazer a diferença.

Para essas competições o técnico Antonio Carlos considera que o Brasil estará muito bem preparado pois os atletas estão muito envolvidos com o objetivo, sendo que muitos abriram mão de suas férias e compromissos para se dedicar exclusivamente ao projeto olímpico. Além disto muitos atletas já são profissionais em suas equipes apesar de ainda haver muitas equipes amadoras que se desdobram para obter recursos e manter seus atletas em atividade. Esta melhora também se deve à própria política das pessoas com deficiência em vários setores da sociedade. O Comitê Olímpico incentiva o atleta a trabalhar, fazer cursos para que possa ter uma melhor estrutura de vida.

Sobre o basquetebol em cadeira de rodas no Brasil, Pulga afirmou que houve uma grande melhora inclusive em nível do equipamento. Antonio Carlos fez uma analogia do nosso equipamento em relação ao usado pelas grandes equipes como se contra uma Ferrari entrássemos com uma Toleman ou Copersucar. Existem 4 divisões no país, cada uma com 12 equipes sendo que ainda há várias equipes que não fazem parte das divisões de acesso o que não deixa de ser uma surpresa para todos que não acompanham o esporte. A federação mais bem organizada é a Paulista que hoje tem as quatro melhores equipes do país. Há um campeonato brasileiro disputado em uma semana no final do ano. Existem também alguns campeonatos regionais.

Um dos grandes problemas vividos pelo esporte ParOlímpico no país é a falta de divulgação e cobertura da mídia. Lembrando que isto não se restringe ao basquetebol. Outros esportes também sofrem com esta falta de divulgação apesar do Brasil ter no esporte ParOlímpico um sucesso muito grande em relação ao esporte Olímpico. Basta verificarmos o número de medalhas obtidas pelo primeiro em relação ao segundo. Apesar disto tudo não houve o Isto desenvolvimento esperado para os esportes ParOlímpicos. Isto acontece também nos outros esportes, pois mesmo com a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos deixa-se de lado a competência técnica para se privilegiar as indicações políticas.

Outro fator que preocupa Antonio Carlos e com o qual ele não concorda é em relação ao desequilíbrio que às vezes acontece nos investimentos. Em alguns casos investidores aplicam seus recursos em um único atleta deixando de investir nos esportes coletivos pois estes não trazem o mesmo número de medalhas que os individuais. E isto é um equívoco pois os maiores investimentos sempre beneficiarão os mesmos atletas. E isto não é justo com o basquetebol que é o esporte que mais mobiliza uma pessoa que sofre um trauma. É o primeiro esporte que um lesionado tem contato quando é encaminhado a centro de recuperação. Aos olhos dos investidores o basquetebol é caro, investimento em muitos atletas e que traz uma única medalha. Além de tudo o basquetebol é um jogo emocionante que não pode descartar o momento do atleta, a imprevisibilidade e os desafios impostos aos atletas.

Apesar de tudo, o técnico da nossa seleção acredita que o quadro tem melhorado o que aumenta as esperanças de bons resultados no futuro.

Como mensagem final ele gostaria que as pessoas se informassem através do sites da CBBC e do Comitê Paralímpico. A seleção fará um amistoso contra a Argentina em Jundiaí e ele acredita que esta seleção está muito bem estruturada para as competições com muitos treinos. Esse time fará história devido ao comprometimento dos atletas e o foco em um objetivo comum que é obter a medalha olímpica.

Sites para busca de informações:

http://www.cpb.org.br/portfolio/basquetebol-em-cadeira-de-rodas/

http://www.cbbc.org.br/

 

Seleção Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas em treinamento para o Pan e Jogos Olímpicos
Seleção Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas em treinamento para o Pan e Jogos Olímpicos
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Datas históricas do basquetebol brasileiro – atualização

Amigos do Basquetebol

No post publicado em 26/03/2012 sobre as datas históricas do basquetebol brasileiro, a última frase era a seguinte “Esperamos que, futuramente, muitas outras datas históricas possam preencher o espaço dos blogs e que o nosso basquetebol volte a ser potência mundial.”

Então para justificar a frase trago, em ordem cronológia anual, uma atualização dessas datas, incluindo fatos mais recentes como a reestreia do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2012 e o título de Campeão Mundial conquistado pelo Flamengo.

7  de agosto de 1936: O Brasil fez seu primeiro jogo em Jogos Olímpicos. Perdemos para o Canadá (17×24). Este foi, na verdade, o segundo jogo. No primeiro, o Brasil venceu a Hungria por WO. O Brasil terminou a competição em 9º lugar. O técnico era Arno Frank. Os primeiros atletas olímpicos: Aloísio Accioly (Baiano), Américo Montanarini, Armando Albano, Ary Furtado (Pavão), Carmino de Pilla, José Zelaya, Luis Nunes (Cacau), Miguel Martinez, Nelson Monteiro de Souza.

30 de abril de 1939 – Apesar de ser derrotado pela Argentina (31 x 30), o Brasil conquista seu primeiro título Sul-Americano Masculino. Sob o comando dos técnicos Arno Frank e Octacíllio Braga o Brasil atuou com os seguintes atletas: Ádamo Bertulli, Adilio Soares, Agenor Montenegro, Álvaro Macedo, Américo Montanarini, Armando Albano, Celso Meyer, Cesar Porto, José Simões, Júlio Cerello, Mário Humberto, Martinho Frota, Rui Henrique, Raul de Castro e Ruy de Freitas.

13 de agosto de 1948: Ao vencer o México (52×47) o basquetebol masculino do Brasil conquistaria a Medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de Londres (a primeira medalha olímpica de uma modalidade coletiva para o Brasil). O técnico desta equipe era o saudoso Prof. Moacyr Daiuto e dela faziam parte os seguintes atletas: Évora, Marson, Alfredo da Motta, Marcus Vinícius, Nilton Pacheco, Gemignani, Algodão, Braz, Massinet e Ruy de Freitas.

25 de outubro de 1950: primeira partida do basquetebol masculino em Campeonatos Mundiais. O Brasil venceu o Peru (40×33). O campeonato foi realizado na Argentina e o Brasil terminou em 4º lugar. Angelim era um dos destaques da equipe dirigida por Moacyr Daiuto que ainda tinha Gemignani, Alfredo da Motta, Thales Monteiro, Celso Meyer, Montanha, Godinho, Miltinho, Plutão, Ruy de Freitas, Sebastião Amorim e Algodão.

8 de março de 1953: era a vez das meninas estrearem em Mundiais. Vitória contra Cuba (50×31). O Brasil terminou o Campeonato realizado no Chile em 4º lugar. A equipe foi dirigida por Mário Amâncio Duarte e tinha como atletas: Aglae, Anésia, Ivone, Maria Aparecida Ferrari, Martha Helga, Nívea Figueiredo, Noêmia Assumpção, Wanda Lima, Coca, Nair Kanawati, Marly Gama e Cida Cardoso.

1954 – O Brasil conquista seu primeiro título Sul-Americano Feminino. Sob o comando de Mário Amâncio Duarte atuaram as seguintes atletas: Aglaé, Anésia, Elizabeth Hunterlocher, Izaura, Laura Rodrigues, Cida Cardoso, Martha Helga, Nair Kanawati, Neide Leocádia, Nívea Figueiredo, Noêmia Assumpção, Ruth Pereira, Zilda Ulbrich (Coca) e Wanda Bezerra

5 de novembro de 1954 – O Brasil sagra-se Vice-Campeão Mundial no Campeonato realizado no Rio de Janeiro após derrota para os Estados Unidos por 62 x 41. Nossa equipe era composta pelos seguintes atletas: Algodão, Hélio Pereira, Wlamir Marques, Angelim, Almir de Almeida, Wilson Bombarda, Jamil Jedeão, Alfredo da Motta, Thales Monteiro, Mayr Facci, José de Carli, Amaury Pasos, Mário Fonseca e Fausto Resga. O técnico foi Togo Renan Soares – Kanela

31 de janeiro de 1959: devido a problemas políticos com a União Soviética (punida por não ter se recusado a enfrentar Formosa) e após a vitória contra o Chile (73×49), o Brasil é declarado Campeão Mundial. A equipe foi dirigida por Kanela e era composta por Algodão, Wlamir, Amaury, Rosa Branca, Senra, Fernando Freitas, Jatir, Edson Bisto, Otto, Pecente, Waldir Boccardo e Waldemar.

10 de setembro de 1960: O Brasil conquista o Bronze nos Jogos Olímpicos de Roma após perder para os EUA (63-90). A fase final foi disputada em um quadrangular, no qual perdemos também para a União Soviética e vencemos a Itália. Kanela era o técnico e começava a se consolidar uma das maiores gerações de atletas do basquetebol brasileiro – Algodão, Wlamir, Amaury, Blás, Mosquito, Fernando de Freitas, Rosa Branca, Jatir, Edson Bispo, Sucar, Valdir Boccardo e Waldemar.

25 de maio de 1963: o Brasil conquista o Bi Mundial após vencer os Estados Unidos (85×81). Wlamir e Amaury assombram o mundo, juntamente com Bira, Mosquito, Paulista, Rosa Branca, Jatir, Menon, Sucar, Vitor, Waldemar e Fritz. Técnico: Kanela.

23 de outubro de 1964: mantendo a excelente fase da chamada “Geração de Ouro do Basquetebol” o Brasil vence Porto Rico (79×60) e conquista o Bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Brito Cunha foi o técnico. A equipe era composta por: Amauri, Wlamir, Bira, Mosquito, Fritz, Rosa Branca, Jatir, Edson Bispo, Sucar, Vitor, Sérgio Macarrão e Edvar Simões.

6 de junho de 1967 – O Brasil é Bronze no Campeonato Mundial Masculino realizado no Uruguay após vitória sobre a Polônia (90×85). Atuaram pelo Brasil: Amaury Pasos, Sérgio Macarrão, Ubiratan, Hélio Rubens, Cesar, José Luiz Olaio, Jatyr, Menon, Sucar, Edvar, Emil Rached e Mosquito. O técnico foi Kanela.

2 de agosto de 1967 – O Brasil conquista seu primeiro título Pan-Americano Feminino em Winnipeg (Canadá) ao vencer o México por 61×58. Nossas atletas: Angelina, Delcy, Elzinha, Jacy, Laís, Lúcia Maria, Marlene, Nadir Bazzani, Neusa Maria, Nilza, Norminha e Rosália. Técnico: Renato Brito Cunha.

24 de maio de 1970: O Brasil obtém o Vice Campeonato Mundial realizado na Iugoslávia após vencer os Estados Unidos (69×65). Este jogo marcou a despedida da seleção nacional de dois dos maiores atletas do basquetebol brasileiro: Wlamir e Rosa Branca. O técnico foi Kanela e a equipe era formada por jovens revelações como Marquinhos, Hélio Rubens e Joy, além de Wlamir, Bira, Menon, Rosa Branca, Sérgio Macarrão, Pedrinho, Zezinho, Edvar e Mosquito.

24 de maio de 1971: com o ginásio do Ibirapuera completamente lotado, o Brasil venceria o Japão (77×76) com uma cesta da saudosa Nilza a 1 segundo do final. Este resultado daria ao Brasil a chance de conquistar o 3º lugar do Mundial Feminino realizado em nosso país. O técnico daquela memorável equipe era Waldir Pagan e as atletas: Laís, Heleninha, Odila, Elzinha, Nilza, Maria Helena, Norminha, Jacy, Nadir Bazzani, Marlene, Delcy e Benedita.

1971 – O Brasil conquista seu primeiro título Pan-Americano masculino em Cali (Colômbia)

14 de outubro de 1978: uma cesta fantástica do jovem Marcel (do meio da quadra no último segundo) deu ao Brasil o terceiro lugar no Mundial disputado nas Filipinas. A vitória foi contra a Itália (86×85) e começava a aparecer um camisa 14 que se tornaria o maior pontuador brasileiro em todos os tempos e cestinha absoluto em Jogos Olímpicos. Ary Vidal era o técnico da equipe formada por Marcelo Vido, Fausto, Bira, Carioquinha, Hélio Rubens, Marquinhos, Gilson, Marcel, Adilson, Agra, Oscar e Robertão.

6 de outubro de 1979 – O E.C.Sírio derrota o Bosna Sarajevo (100×98) no Ibirapuera com 15.000 torcedores e sagra-se Campeão Mundial Inter Clubes. A equipe dirigida por Cláudio Mortari era composta por: Dodi, Paulinho esteves, Saiani, Larry, Marquinhos, Marcel, Oscar, Lizão, Agra, Mike, Renatão, Marcelo Vido e Russo.

23 de agosto de 1987: O Brasil provoca a discussão sobre a inclusão dos profissionais americanos nos Jogos Olímpicos ao vencer o Campeonato Pan Americano realizado em Indianapolis (EUA) ao vencer o time da casa por 120×115 com atuações magistrais de Marcel e Oscar. A equipe era dirigida por Ary Vidal, José Medalha (assistente) e Valdir Barbanti como preparador físico. Na equipe americana atuavam futuros astros da NBA como Danny Manning e David Robinson. Para o Brasil atuaram: André, Gerson, Israel, Pipoka, Guerrinha, Marcel, Maury, Oscar, Paulo Vilas Boas, Cadum, Rolando e Sílvio.

11 de agosto de 1991: agora era a vez das meninas provocarem “crise” em Cuba. Nem a presença de Fidel Castro impediu a nossa seleção de obter o título do Pan Americano, realizado em Havana, depois de superar Cuba (97×76). As medalhas foram entregues por Fidel que se rendeu ao basquetebol praticado por nossas garotas comandadas por Maria Helena Cardoso, Heleninha. O Preparador Físico era Hermes Balbino. Nossas meninas: Adriana Santos, Ana Mota, Hortência, Janeth, Joycenara, Paula, Marta, Nádia, Roseli, Vânia Hernandez, Ruth e Simone Pontello.

30 de julho de 1992: as meninas estreiam em Jogos Olímpicos. Vitória sobre a Itália (85×70). O Brasil terminaria em 7º nos Jogos de Barcelona. A equipe era comandada por Maria Helena Cardoso e como assistente, Heleninha e era composta por: Hortência, Helen, Nádia, Vânia Teixeira, Paula, Janeth, Adriana Santos e Marta, Ruth, Joycenara, Simone Pontello e Zezé.

31 de julho de 1992: o Brasil enfrente o Dream Team, nos Jogos Olímpicos de Barcelona. Como era de se esperar, vitória dos americanos (127×83). O técnico brasileiro foi José Medalha.

12 de junho de 1994: o basquetebol feminino dá um presentão de “Dia dos Namorados” ao Brasil. Conquista o título Mundial, no Campeonato realizado na Austrália após vitória sobre a China (96×87). A equipe brasileira sob a supervisão do Prof. Waldir Pagan e tendo Miguel Ângelo da Luz (técnico), Sérgio Maroneze (assistente) e Hermes Balbino (preparador físico) contou com as seguintes atletas: Hortência, Helen, Adriana Santos, Leila, Paula, Janeth, Roseli, Simone Pontello, Ruth, Alessandra, Cyntia Tuiú e Dalila.

2 de agosto de 1996: o Brasil disputa o 5º lugar nos Jogos de Atlanta contra a Grécia e é derrotado por 91×72. Mas o fato mais importante naquele jogo não foi exatamente o resultado. Mas, sim, a despedida de Oscar da seleção brasileira. Oscar é o maior pontuador em Jogos Olímpicos (1093 pts em 38 jogos; média de 28,8 pts/jogo) e maior pontuador do Brasil em Mundiais (914 pts em 34 jogos; média de 26,9 pts/jogo). Ary Vidal era o técnico, Carlão seu assistente e a equipe brasileira nos Jogos de Atlanta foi a seguinte: Oscar, Rato, Rogério, Fernando Minucci, Pipoka, Janjão, Rato, Caio Cazziolato, Brasília, Caio Silveira, Demétrius e Tonico.

4 de agosto de 1996: novamente as meninas nos dão grandes alegrias. Medalha de Prata em Atlanta. Final contra as americanas e derrota por 111×87. Com a mesma comissão técnica que conquistou o Mundial, em 1994, o Brasil teve as seguintes atletas: Hortência, Branca, Adriana Santos, Leila, Paula, Janeth, Roseli, Marta, Sílvia Luz, Alessandra, Cyntia Tuiú e Cláudia Pastor.

30 de setembro de 2000: a vitória do Brasil sobre a Coreia deu à seleção feminina a medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney.  A equipe comandada por Antonio Carlos Barbosa e seu assistente Paulo Bassul, tinha como preparador físico João Nunes e as seguintes atletas: Claudinha, Helen, Adriana Santos, Adrianinha, Lilian, Janeth, Zaine, Marta, Silvia Luz, Alessandra, Cyntia Tuiú e Kelly.

10 de setembro de 2011: depois de longa ausência, finalmente, o basquetebol masculino obtém vaga para voltar a disputar os Jogos Olímpicos. No Pré Olímpico das Américas, disputado em Mar Del Plata, o Brasil venceu a República Dominicana por 83×76. O Técnico Ruben Magnano, seus assistentes José Neto, Demétrius Ferraciú e Fernando Duró e o preparador físico Diego Jeleilate contaram com os seguintes atletas: Marcelinho Machado, Nezinho, Rafael Luz, Augusto Lima, Benite, Marcelinho Huertas, Alex, Rafael Hettsheimer, Guilherme Giovannonni, Caio Torres, Marquinhos e Tiago Splitter. Lembrando que três dias antes, nossa seleção conseguiu vencer a equipe Argentina por 73×71.

29 de julho de 2012 – O Brasil reestreia com vitória nos Jogos Olímpicos realizados em Londres, enfrentando a equipe da Austrália (75×71). A equipe brasileira dirigida por Ruben Magnano foi a seguinte: Marcelinho Machado, Raulzinho, Caio Torres, Larry Taylor, Alex Garcia, Marcelinho Huertas, Leandrinho, Marquinhos, Guilherme Giovannonni, Nenê, Anderson Varejão e Tiago Splitter.

28-09-2014 – O Flamengo conquista o título de Campeão Inter Continental  em duas partidas realizadas no Rio de Janeiro: Maccabi 66 x 69 Flamengo e Flamenbo 90 x 77 Maccabi. Pelo Flamengo atuaram sob a direção de José Neto:  Herrmann, Marcelinho, Danielzinho, Laprovittola, Benite, Chupeta, Marquinhos, Olivinha, Gegê, Felício, Derrick Caracter e Meyinsse

Segue um resumo das datas mês a mês:

Janeiro:

31 – Seleção Maculina Campeã Mundial Masculino no Chile (1959)

Março: 

08 – Estreia da Seleção Feminina em Campeonatos Mundiais no Chile (1953)

Abril:

30 – Seleção Masculina obtém seu primeiro título Sul Americano (1939)

Maio:

24 – Seleção Masculina Vice Campeã Mundial na Iugoslávia (1970)

24 – Seleção Feminina Bronze no Mundial no Brasil (1971)

25 – Seleção Masculina Bi-Campeã Mundial no Brasil (1963)

Junho

6 – Seleção Masculina é Bronze no Mundial do Uruguay (1967)

12 – Seleção Feminina Campeã Mundial (1994)

Julho

29 – Seleção Masculina reestreia nos Jogos Olímpicos em Londres (2012)

30 – Estreia da seleção Feminina nos Jogos Olímpicos  (1992)

31 – Seleção Masculina enfrenta o Dream Team nos Jogos Olímpicos (1992)

Agosto

2 – Úlitma partida de Oscar nos Jogos Olímpicos (1996)

2 – Seleção Feminina conquista seu primeiro título Pan Americano em Winnipeg (1967)

4 – Seleção Feminina conquista a Prata nos Jogos Olímpicos (1996)

7 – Seleção Masculina faz o primeiro jogo em Jogos Olímpicos (1936)

11 – Seleção Feminina campeão Pan Americana em Cuba (1991)

13 – Seleção Masculina é Bronze nos Jogos Olímpicos de Londres (1948)

23 – Seleção Masculina é Campeã Pan Americana em Indianópolis (1987)

Setembro:

10 – Seleção Masculina é bronze em Roma (1960)

10 – Seleção Masculina volta aos Jogos Olímpicos depois de obter a vaga no Pré Olímpico das Américas (2011)

28 – Flamengo é Campeão do Mundo ao bater o Maccabi (2014)

30 – Seleção Feminina é bronze nos Jogos Olímpicos em Sydney (2000)

Outubro:

6 – Sírio é Campeão do Mundo ao bater o Bósnia Sarajevo (1979)

14 – Seleção masculina é Bronze no Mundial das Filipinas (1978)

23 – Seleção Masculina é Bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio (1964)

25 – Seleção Masculina estreia no Mundial Masculino (1950)

Novembro:

5 – Seleção masculina é Vice Mundial no Rio de Janeiro (1954)

Continuamos buscando datas significativas para nosso basquetebol. Quem lembrar de tais datas por favor envie para atualização do post.

1948 - Brasil é Bronze em LOndres

 1948 – Brasil é Bronze em Londres

 

 

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Sul Americano Masculino

Amigos do Basquetebol

Dia 24 começa o Sul Americano masculino que será realizado na Venezuela. O torneio é classificatório para os Jogos Pan Americanos do Canadá, em 2015.

O Brasil está na chave A junto com Argentina, Paraguay e Equador. A chave B é composta por Venezuela, Uruguay, Peru e Chile. Os dois primeiros classificados de cada chave disputam as finais e os três melhores classificados estarão no Pan.

A princípio não deverá ocorrer nenhuma surpresa e Brasil, Argentina, Uruguay e Venezuela deverão disputar as três vagas. Evidentemente que esperamos que o Brasil esteja entre os três e não repita o grande vexame do último pré mundial quando conseguimos perder até da Jamaica.

O Brasil estreia dia 24 contra o Paraguay e depois enfrenta o Equador (dia 25) e Argentina (dia 26).

Nossa equipe foi montada obedecendo uma mescla de experiência e novos valores. Possivelmente alguns desses atletas estarão compondo o grupo que treinará para o mundial.

Particularmente acho que alguns atletas mais jovens deveriam estar nesta seleção para que comecem a ter vivência em competições internacionais. Mas devemos compreender que em se tratando de um torneio classificatório para o Pan, somente a juventude poderia nos colocar em uma situação bastante difícil. Assim sendo, contar com atletas que já tiveram a oportunidade de disputar mundiais e jogos olímpicos como Raulzinho, Rafael Hettsheimer, Augusto Lima, Benite e Rafa Luz é muito importante.

Assim como contar com atletas que se destacaram nas competições nacionais e são protagonistas em suas equipes também merece destaque como é o caso do Olivinha, Mineiro, Arthur e Jefferson.

Mas o que mais me agradou nesta convocação foi a oportunidade dada a jovens valores oriundos da LDB e que poderão mostrar seu valor nesta competição. Refiro-me a Gegê, Leo Mendl e Cristiano Felício (sem falar em Ricardo Fischer que se contundiu nos treinamentos).

Seria muito bom se esses atletas pudessem também treinar com o grupo do mundial, mesmo não tendo as mesmas chances daqueles que já estão lá e praticamente estão garantidos para a Copa do Mundo (salvo possíveis imprevistos como contusões e os velhos problemas com  a NBA).

Continuo acreditando no nosso basquetebol e no sucesso dessas equipes em ambas as competições. Com o trabalho que está sendo planejado e executado nossas chances de irmos bem é muito grande.

Lembrando que o mundo do basquetebol é muito diferente de outros esportes, onde somente duas ou três equipes se destacam. No nosso esporte temos, pelo menos, dez grandes forças que lutam pelas melhores posições (e aqui cito EUA, Espanha, Argentina, Lituânia, França, Grécia, Sérvia, Eslovênia – sem falar em Rússia e Turquia que estão fora da Copa do Mundo). E a diferença entre um primeiro lugar e um décimo lugar pode passar pela atuação (boa ou má) em um jogo de mata-mata.

Enfim, chegou a hora de voltarmos todas as nossas atenções para nossas seleções e torcer muito pelo sucesso de nossos atletas e comissão técnica.

Afinal vivemos pelo e para o Basquetebol.

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50 anos do Pan em S.Paulo: o começo de uma grande conquista

Amigos do Basquetebol

Há 50 anos São Paulo sediava os Jogos Pan Americanos. A Cidade Universitária abrigava 1665 atletas de 22 países das Américas que vinham em busca de conquistas e experiências.

A Cerimônia de Abertura foi realizada em um Pacaembú lotado que viu e ouviu Amaury Pasos proferir o Juramento do Atleta e José Telles da Conceição (atletismo) conduzir a chama olímpica.

Para varias, os americanos ficaram com o maior número de medalhas – 199 – sendo 56 de ouro. O Brasil ficou em segundo lugar na classificação geral com 52 medalhas – 14 de ouro, 20 de prata e 18 de bronze.

O Brasil, com seus 385 atletas,  trazia como destaques a grande tenista Maria Esther Bueno e futebolistas como Carlos Alberto Torres e Jairzinho que, sete anos mais tarde, fariam parte de uma das maiores seleções que o mundo conheceu.

Nosso basquetebol também teve presença marcante, obtendo duas medalhas de prata, perdendo dos EUA nas finais.

No feminino, o Brasil realizou 7 partidas, com 5 vitórias e duas derrotas. Em função da forma de disputa o Brasil jogou 3 vezes contra as americanas, obtendo uma vitória (65×48) e duas derrotas (59×70 e 43×59 na final). As demais vitórias foram contra Canadá (98×59 e 60×40), Chile (92×42 e 64×41).

A classificação final apontou: Estados Unidos – campeão; Brasil – vice; Chile – 3o. e Canadá – 4o.

Nossa equipe: Angelina, Delcy, Diva Marchetti, Izaura, Amelinha, Heleninha, Maria Helena, Marlene, Nadir Bazzani, Neuci, Nilza e Norminha. O técnico foi o Prof. Mário Amâncio Duarte e a cestinha foi Nilza com 116 pontos.

No masculino, nossa seleção também obteve a prata com 5 vitórias e uma derrota para os Estados Unidos na final (66×78). As vitórias foram contra Peru (95×59), Uruguay (68×40), México (106×66), Porto Rico (81×67) e Canadá (84×80).

Nossa equipe: Amaury, Sucar, Mosquito, Rosa Branca, Scarpini, Edson Bispo, Fritz, Menon, Ubiratan, Victor, Waldemar e Wlamir. O técnico foi Togo Renan Soares – Kanela e o cestinha foi Wlamir com 120 pontos.

Essa campanha brasileira foi importante para o que viria pouco depois. Esta equipe, com duas modificações Jatyr e Paulista nos lugares de Edson Bispo e Scarpini, conquistaria o bi-campeonato Mundial no Rio de Janeiro.

Medalha do Pan - 63
Medalha do Pan – 63
Pacaembu na Abertura do Pan - 63
Pacaembu na Abertura do Pan – 63
Poster do Pan - 63
Poster do Pan – 63
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Os 25 anos de uma grande conquista

Amigos do basquetebol

Hoje, 23 de agosto, comemoramos os 25 anos de uma das maiores conquistas do basquetebol brasileiro: o título do Pan-Americano de 1987, disputado em Indiana, Estados Unidos.

Esta conquista foi marcada por vários fatores como a excelente condição física, técnica e tática de nossa seleção sob o comando de Ary Vidal e que teve como assistente José Medalha e como preparador físico Valdir Barbanti.

Foi também marcada pela grande vitória no jogo final contra a equipe americana por 120 x 115 depois de um primeiro tempo em que terminamos com uma desvantagem de 14 pontos (54 x 68).

A atuação de nossa equipe neste jogo final foi inesquecível, principalmente por parte de nossos dois grandes astros Marcel e Oscar que anotaram, respectivamente, 31 e 46 pontos.

A equipe americana era composta por jogadores universitários que se tornariam grandes astros da NBA como David Robinson e Danny Manning. O técnico era Denny Crum, um dos mais respeitados profissionais daquele país.

Essa vitória do Brasil e o fracasso americano nos Jogos Olímpicos de Seoul (1988) foram determinantes para a entrada dos profissionais no circuito olímpico, o que ocorreu em 1992, em Barcelona, com a presença do “Dream Team”.

A campanha:  7 jogos – 6 vitórias e 1 derrota

Brasil x Uruguay – 110 x 79

Brasil x Porto Rico – 100 x 99

Brasil x Ilhas Virgens – 103 x 98

Brasil x Canadá – 88 x 91

Brasil x Venezuela – 131 x 84

Brasil x México – 137 x 116

Brasil x Estados Unidos – 120 x 115

Os atletas

Paulo Villas Boas, Guerrinha, Gerson, Rolando, Pipoka, André, Sílvio, Marcel, Israel, Maury, Cadum e Oscar.

Comissão Técnica

Ary Vidal (técnico), José Medalha (assistente), Valdir Barbanti (preparador físico) e João Paulo Rossi (médico).

José Cláudio dos Reis foi o dirigente da delegação brasileira nos Jogos Pan Americanos de 1987.

Por tudo isto e por tudo o que aquela geração representou para o basquetebol de nosso país temos que comemorar muito.

Parabéns a todos que participaram dessa conquista inesquecível.

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Jogos Pan-Americanos: uma reflexão sobre a participação brasileira

Terminaram os Jogos Pan-Americanos e o Brasil teve uma participação significativa obtendo 48 medalhas de ouro, 35 de prata e 58 de bronze.

Mas será que podemos nos entusiasmar com isso? Será que esse número de medalhas reflete efetivamente o que somos no esporte? Somos realmente tão superiores nas Américas, perdendo somente para o eterno primeiro lugar, Estados Unidos e para Cuba (nas medalhas de ouro) que já não é a potência esportiva que despontou nas décadas de 70 e 80?

Claro que ganhar é bom. Ninguém nega esse fato. Mas como ganhamos? Quais as circunstâncias? Como estavam nossos adversários? E o que isto pode representar para nosso esporte nas competições mais importantes como os Campeonatos Mundiais e os Jogos Olímpicos?

À exceção de algumas modalidades que davam vaga para Londres* o que representam atualmente os Jogos Pan-Americanos no cenário mundial e mesmo nas Américas? Até que ponto países como Estados Unidos e Canadá dão realce a esta competição? Eles comparecem com suas forças máximas?

Não vou falar das outras modalidades por não conhecer suas realidades. Mas vou me ater ao basquetebol. Para que serviu este Pan?

Nossas duas equipes classificadas para os Jogos Olímpicos, foram para Guadalajara para disputar uma competição, com o perdão da palavra, de segunda categoria pelo nível das equipes participantes. Isto nos coloca em uma situação interessante.

Pelo nível das equipes e pela cruel exigência de sempre termos a medalha de ouro, tínhamos a obrigação de ganhar. Mas isto não aconteceu, apesar de termos no feminino uma equipe forte, com a presença das duas melhores jogadoras do nosso basquetebol (Érika e Iziane) e no masculino termos uma equipe que, apesar de mesclada com jovens promessas e experientes atletas, tinha como grande adversário Porto Rico, a única equipe que se apresentou com força máxima, até como meio de justificar sua não classificação para os Jogos Olímpicos.

O feminino ficou com o bronze após uma derrota inexplicável para Porto Rico, uma seleção aguerrida e organizada, mas tecnicamente muito inferior à nossa.

O masculino acabou em um quinto lugar, a pior colocação desde 1991 perdendo jogos nos quais estava confortavelmente à frente até o último período, caindo assustadoramente de produção.

Então ficamos numa encruzilhada. Vamos ao Pan para vencer ou para participar?

Se fosse para vencer então não se justificaria levar equipes “meia bomba” com jogadores e jogadoras inexperientes, outros cansados das competições seguidas (viemos de pré-olímpicos, decisões da WNBA, fase decisiva do campeonato paulista, equipes que disputaram a liga sulamericana). Some-se a isto o pouco tempo de preparação que foi disponibilizado às equipes.

Se fosse para participar porque não utilizar o Pan como laboratório para dar a jogadores jovens a necessária experiência internacional visando um futuro muito próximo? Então essa participação poderia até se transformar numa campanha vitoriosa (e não me refiro à obtenção de medalhas). Refiro-me a uma visão de futuro. Uma visão para 2016.

Muitos têm dito e escrito que nossas novas gerações não têm capacidade suficiente para encarar torneios internacionais. Mas, quero ressaltar que essa capacidade só se adquire participando de competições internacionais. Tínhamos nas mãos duas equipes sub 21 que vieram de dois campeonatos mundiais.

A feminina ostentando um bronze inédito e que poderia ter sido mais bem aproveitada e exigida no Pan. O masculino que, apesar de ter sido desclassificado pela Argentina, apresentou jovens muito promissores que poderiam ter tido uma oportunidade de aumentar seu repertório internacional (lembrem-se que três deles estiveram no Pan: Cristiano Felício, Bruno Irigoyen e David Rosseto).

Isto também poderia servir como experiência para os treinadores dessas equipes. E aqui longe de qualquer crítica ao trabalho dos colegas Ênio e Ruben. Mas os jovens treinadores também poderiam ter essa oportunidade de viver a experiência de mais uma competição internacional.

Claro que devemos respeitar as decisões das entidades que comandam o esporte e elas têm suas razões para exigir que ganhemos as medalhas. Mas é preciso também colocar na balança o que uma competição como o Pan pode, atualmente, trazer de benefícios.

Acho que já era hora de pensarmos um pouco menos nas medalhas do Pan e mais na formação de novas gerações. Pois, convenhamos, o que nos interessa mesmo são os resultados de Campeonato Mundiais e Jogos Olímpicos.

Fica colocada essa reflexão e reafirmo meu grande respeito às decisões das entidades que promovem o esporte no Brasil e às opiniões contrárias à minha de muitos. Mas, democraticamente, sinto-me no direito de expor meu ponto de vista.

 

 

*Segundo dados do COB os Jogos Pan-Americanos proporcionaram ao Brasil a classificação para os Jogos Olímpicos de Londres em cinco modalidades esportivas: Handebol feminino, Canoagem, Hipismo, Pentatlo Moderno e Triatlo, em um total de 23 atletas (21,9%, considerando-se que já há 105 atletas classificados para Londres).

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A campanha do masculino nos Jogos Pan-Americanos

Não se pode negar que a campanha do basquetebol masculino no Pan não foi aquilo que esperávamos. Após a conquista da vaga para os Jogos Olímpicos de Londres esperava-se uma atuação de gala de nossos rapazes.

Mas, as circunstâncias nos levaram a um quinto lugar em um torneio no qual somente Porto Rico apresentou-se com sua força máxima.

Uma equipe mesclada de jovens e atletas experientes, o pouco tempo de preparação e o fato do Pan não ser um torneio classificatório podem ser computados como fatores que nos colocaram na pior posição desde 1991.

No entanto, em minha opinião, isto não deve servir para que o trabalho até agora realizado seja desqualificado. Deve sim, servir para refletirmos sobre os objetivos que devem ser priorizados na disputa deste torneio.

Será que não seria o momento para darmos oportunidade para que jovens atletas tivessem a experiência de participar de um evento internacional sem a preocupação única de se conseguir medalhas? Seria muito utópico?

Enfim, são assuntos que deveriam ser discutidos com maior profundidade pelas pessoas que comandam o basquetebol no Brasil.

Neste ano de 2011 nosso basquetebol masculino realizou quatro partidas (2v – 2d):

Brasil 80 x 71 Uruguay

Brasil 77 x 88 Estados Unidos

Brasil 77 x 85 Rep. Dominicana

Brasil 74 x 56 Canadá

Estatísticas

Pts a favor – 77,0

Pts contra – 75,0

2 pts – 77/157 (49%)

3 pts – 28/93 (30%)

L.Livres – 70/93 (75%)

Reb. Defesa – 23,8

Reb.Ataque – 8,8

Assists – 14,8

B.Recuperadas – 7,3

B.Perdidas – 15,5

Destaques individuais

Cestinha: Marcelinho (14,3)

Rebotes: Giovannonni (6,0)

Assists: Nezinho (4,5)

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Jogos Pan-Americanos: o ano das finais inéditas

Ontem terminaram os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Nosso basquetebol, de certa forma, decepcionou. Apesar do bronze, ninguém poderia imaginar a derrota para Porto Rico no feminino e com o quinto lugar do masculino, repetindo 1991 e depois de três ouros consecutivos.

Mas, este Pan trouxe novidades interessantes como as duas finais inéditas no masculino e feminino envolvendo Porto Rico e México. Além do ineditismo, ressalte-se o fato de que desde 1987 as finais não eram disputadas pelos mesmos países. Naquele ano Brasil e Estados Unidos decidiram no masculino e no feminino. E desde 1983 um país não vencia as duas competições como foi o caso dos Estados Unidos.

Em 2011 Porto Rico conseguiu esta façanha. No feminino Porto Rico nunca havia chegado numa final e estava ausente dos jogos desde 1983, quando conseguiu uma sexta colocação e o México fez sua única final em 1975, quando perdeu para os Estados Unidos.

No masculino o último título de Porto Rico havia sido em 1991 e sua última final, em 2003 quando foi derrotado pelo Brasil. O México fez uma única final, em 1967, e foi derrotado pelos Estados Unidos.

Agora, o quadro completo das medalhas nos Jogos Pan-Americanos é o seguinte (ouro – prata – bronze):

Masculino

Estados Unidos: 8-3-2

Brasil: 5-2-6

Porto Rico: 2-5-4

Argentina: 1-2-0

México: 0-3-1

Rep. Dominicana: 0-1-0

Cuba, Panamá e Uruguay: 0-0-1

 Feminino

Estados Unidos: 7-4-2

Brasil: 3-4-4

Cuba: 3-2-3

Porto Rico: 1-0-0

Canadá: 0-1-3

Chile: 0-1-2

México: 0-2-0

 

Todas as finais – masculino e feminino (o país que aparece em primeiro lugar foi o vencedor)

1951 – EUA x ARG             não foi realizado

1955 – EUA x ARG             EUA x CHI

1959 – EUA x PRI               EUA x BRA

1963 – EUA x BRA             EUA x BRA

1967 – EUA x MEX             EUA x BRA

1971 – BRA x PRI               EUA x BRA

1975 – EUA x PRI               EUA x MEX

1979 – EUA x PRI               CUB x EUA

1983 – EUA x BRA             EUA x CUB

1987 – BRA x EUA             EUA x BRA

1991 – PRI x EUA               BRA x CUB

1995 – ARG x EUA             não foi realizado

1999 – BRA x EUA             CUB x CAN

2003 – BRA x PRI               CUB x EUA

2007 – BRA x RDO            EUA x BRA

2011 – PRI x MEX              PRI x MEX

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Brasil fica fora das semifinais no basquetebol masculino

O Brasil foi derrotado hoje pela República Dominicana (77×85) e ficou fora da disputa das semifinais dos Jogos Pan-A.ericanos

Depois de dominar o jogo no primeiro tempo e abrir 20 pontos no início do terceiro quarto, nossa equipe desequilibrou-se totalmente e permitiu que no quarto período os dominicanos abrissem 29×8. Esse desequilíbrio foi fruto, principalmente, de uma forte defesa pressão individual quadra toda que dificultou a organização do jogo por parte de nossos armadores que cometeram muitos erros (no total a equipe perdeu 20 bolas).

Marcelinho (17) e Arthur (15) foram os cestinhas do Brasil. Murilo e Giovannonni pegaram 7 rebotes e Marcelinho e Nezinho foram os destaques nas assistências, com  5 cada um.

Desde 1991 (ficamos em 5o.) que o Brasil fica fora de semifinais do Pan. Agora jogaremos pelo quinto lugar.

Esse resultado no leva a uma reflexão sobre a importância dos Jogos Pan-Americanos para o basquetebol:

-A competição não classifica para nada

-Há muito tempo que os Estados Unidos e o Canadá “abandonaram” o basquetebol do Pan

-Nesta ano somente Porto Rico apostou na competição, até por conta do insucesso no Pré Olímpico

-Ela é realizada após duros torneios pré-olímpicos que trazem um desgaste tremendo às equipes

-No caso do Brasil, neste ano de 2011, além da dura batalha pela classificação para os Jogos Olímpicos, vários jogadores voltaram para suas equipes de origem estrangeira, muitos estão disputando as finais do Campeonato Paulista e outros ainda disputaram a Liga Sulamericana

Então podemos perguntar:

-por que não pensarmos em usar o Pan para dar cancha internacional a jovens jogadores?

-por que não levarmos uma equipe formada totalmente por jovens como por exemplo a seleção sub21 que participou do Mundial na Letônia?

Tenho a certeza que nossa comissão técnica deve ter pensado nisso. Mas é claro existem os interesses comerciais e políticos. E eles são válidos. Não os desprezo.

Mas vamos considerar que os Jogos Pan Americanos, para o basquetebol, não são parâmetro para nada. Não terão nenhuma influência no desempenho de nossas equipes em competições como Mundial e Jogos Olímpicos.

Não é desculpa de quem não ganhou medalha e nem desprezo por medalhas. Mas é tentar planejar o futuro com outro olhar. É pensar em 2016, pois não serão nos Jogos de 2015 que esses jovens deverão ser testados. Até lá temos que ter a equipe muito próxima do ideal.

Enfim, fica a reflexão.