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Há um ano

Amigos do Basquetebol

Há um ano estava eu começando a participar da minha quarta olimpíada. Desta vez diretamente envolvido nos Jogos como acompanhante da seleção masculina de basquete da Venezuela.

Foram momento de grande emoção, muito trabalho, encontros maravilhosos e a sensação e estar no olho do furacão.

Uma rotina diária, da pousada à Vila Olímpica, ao centro de treinamento e às arenas de jogos. Nas folgas passeios pela Vila, assistir jogos de basquete, handebol, ciclismo, ver o atletismo e encontrar grandes amigos para curtirmos juntos momentos incríveis.

Se me perguntassem se eu era a favor dos Jogos no Brasil eu diria que, considerando a situação do país estaríamos entrando numa barca furada. Mas considerando as oportunidades para o esporte nacional com certeza eu era a favor.

A desconfiança era grande mas a garra do povo brasileiro fez tudo funcionar.

Mas, a realidade nos mostrou um quadro desolador para o esporte e para o país. Venderam uma imagem que tudo melhoraria, que o país ganharia com a infraestrutura que estava sendo construída, com as instalações esportivas e outras mentiras que o povo, em geral, em sua humildade, ou até mesmo em sua ignorância, comprou de olhos fechados.

E agora, um ano depois, o que vemos? Uma grande decepção com os resultados pós Jogos. E não me refiro aos resultados obtidos nos campos, quadras e piscinas.

Refiro-me aos resultados reais à economia do país, afundado em dívidas. Refiro-me às instalações esportivas apodrecendo com o  descaso das autoridades. Refiro-me a tudo que foi prometido e não foi entregue e aos bilhões gastos em obras superfaturadas e que muitas nem chegaram a ser iniciadas.

Mais uma vez o Brasil perdeu o bonde do tempo. Nosso esporte continua moribundo, nossa população continua sendo privada da possibilidade de praticar atividades físicas em locais minimamente decentes. Nossas escolas continuam abandonadas, assim como a saúde e a segurança.

E onde estão os responsáveis por toda essa enganação? Com certeza, estão saboreando seus whiskies e caviares aproveitando a dinheirama que foi parar em suas contas bancárias quando deveria ter sido utilizada para o bem da população.

A imagem de potência olímpica que querem nos enfiar goela abaixo só engana aqueles que não têm a mínima noção do que seja ser uma potência olímpica. Uma potência olímpica começa com educação e saúde de qualidade. Oportunidade de prática esportiva para todos e não somente para uma elite. Investimentos na base e na educação física.

Ganhar medalhas não significa ser um país esportivo. Melhor que meia dúzia de medalhas seria termos milhões de crianças na escola correndo e se divertindo com o esporte. Mas até isso parece que está sendo tolhido pela ação de “filósofos” da educação física que criminalizam o esporte dentro das escolas.

Enfim, apesar de tudo isto, a experiência de ter participado diretamente dos Jogos Olímpicos, como voluntário, foi maravilhosa. Que fiquem guardadas essas lembranças.

Jogo Venezuela 2

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O ranking da FIBA

Amigos do Basquetebol

A FIBA estabelece um ranking dos países a ela filiados e que mostra a evolução (ou não) desses países no mundo do basquetebol.

O ranking é baseado em critérios pré estabelecidos que vão deste a mera participação em torneios oficiais da entidade até pontuação obtida pela classificação nesses torneios. Atualmente o ranking abrange o adulto masculino e feminino e os torneios de base também masculinos e femininos. Ao final é feito um ranking composto pelas quatro situações descritas.

Este ranking é estabelecido dentro do período de dois ciclos olímpicos, onde ocorrem a realização de duas olimpíadas, dois mundiais e 4 torneios continentais e leva em consideração os seguintes critérios para a pontuação:

5 pontos para a participação em Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais

1 pontos para o torneio Europeu

0,8 para o torneio das Américas

0,3 para o torneio asiático

0,2 para o torneio africano

0,1 para o torneio da Oceania

Além disto são computados 50 pontos para os campeões desses torneios; 40 pontos para os vices; 30 para os terceiros colocados; 15 pontos para os quartos colocados e assim sucessivamente de forma decrescente até o 18o. colocado.

O ranking atual mostra os Estados Unidos como líder em todos os critérios com uma larga vantagem sobre a Espanha segunda colocada.

Os 10 melhores do adulto masculino:

Estados Unidos, Espanha, Sérvia, França, Lituânia, Argentina, Brasil (melhora de 2 posições em relação ao ranking anterior), Turquia, Austrália e Rússia.

Os país que mais melhoraram foram a Nigéria, atual 16o colocado subindo 9 posições e primeiro Africano e a Venezuela (15o), subindo 7 posições no ranking. A  China o primeiro asiático (14o).

Os 10 melhores do adulto feminino

Estados Unidos, Espanha, França, Austrália, Rep. Tcheca, Canadá, Turquia, Brasil (caiu uma posição), Sérvia e China (o primeiro asiático).

O Senegal, primeiro país africano a aparecer no ranking (17o.) foi o que mais evoluiu subindo 7 posições.

Os 10 melhores no geral

Estados Unidos, Espanha, França, Sérvia, Austrália, Canadá, Brasil (melhora de 1 posição), Turquia, Argentina e Rússia.

O primeiro asiático é a China (12o) e o primeiro africano é Angola (23o.). O país que mais evoluiu foi a Estônia, melhorando 17 posições (91o.)

Na base, apesar de estar ausente em competições importantes nos últimos anos, o Brasil ocupa a 13a. posição no masculino (mantendo-se em relação ao ranking anterior) e a 6a. posição no feminino, a mesma do ranking anterior.

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Jogos Olímpicos: mapa de arremessos – feminino

Amigos do Basquetebol

Assim como no masculino – https://vivaobasquetebol.wordpress.com/2016/10/12/jogos-olimpicos-mapa-de-arremessos-masculino/ – vamos agora visualizar o mapa de arremessos na competição do feminino.

Lembrando que para esta análise a quadra foi dividida em 12 setores, sendo: dois dentro do garrafão; 5 da região de 2 pontos e 5 da região de 3 pontos. Foram computados os arremessos tentados e convertidos de todas as equipes em todos os jogos em cada região e suas médias.

Arremessos por região: números absolutos – médias por jogo (38) (convertidos – tentados – %)

1 – 485/781 – 12,8/20,6          62,1%

2 – 731/1533 –  19,2/40,3        47,7%

3 – 91/245 – 2,4/6,4                 37,1%

4 – 109/302 – 2,9/7,9              36,1%

5 – 79/233 – 2,1/6,1                  33,9%

6 – 86/250 – 2,3/6,6                 34,4%

7 – 68/214 – 1,8/5,6                  31,8%

8 – 60/126 – 1,6/3,3                   47,6%

9 – 154/463 – 4,1/12,2                33,3%

10 – 66/196 – 1,7/5,2                   33,7%

11 – 138/379 – 3,6/10,0                36,7%

12 – 25/67 – 0,7/1,8                     37,3%

Agrupando-se essas 12 regiões em 3 regiões maiores temos os seguintes resultados

1+2 (região interna): 1216/2314 – 32,0/60,9   52,5%

Desta região a equipe com melhor de aproveitamento por jogo foi os Estados Unidos com média de 25,8 arremessos convertidos em 38,1 tentados (67,5%). Nesta região o Brasil teve um aproveitamento de 49,1% (15,8/32,2).

3+4+5+6+7 (região do perímetro – 2 pontos): 433/1244 – 11,4/32,7    34,8%.

Novamente a equipe norte-americana foi a equipe com melhor aproveitamento (7,5/16,1  46,5% por jogo). O Brasil teve 37,5% de aproveitamento (6,0/16,0 por jogo).

8+9+10+11+12 (região do perímetro – 3 pontos): 443/1231 – 11,7/32,4   36,0%

O melhor aproveitamento dos 3 pontos foi dos Estados Unidos (7,3/16,1  45,3% por jogo). O Brasil teve o pior aproveitamento entre as doze equipes nas bolas de 3 pontos (25,0% 3,6/14,4).

Esses números, ao contrário do que encontramos no masculino, mostram um equilíbrio na quantidade de arremessos de 2 pontos (região perimetral) e arremessos dos 3 pontos.

Mapa de arremessos dividido por regiões (numerados por mim para melhor entendimento da análise). Exemplo do aproveitamento dos Estados Unidos e Brasil.

mapa-fem-eua-001

mapa-fem-bra-001

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Jogos Olímpicos: mapa de arremessos (masculino)

Amigos do Basquetebol

A partir dos dados contidos no relatório estatístico dos Jogos Olímpicos trago a todos uma visão geral da localização dos arremessos.

Para esta análise a quadra foi dividida em 12 setores, sendo: dois dentro do garrafão; 5 da região de 2 pontos e 5 da região de 3 pontos.

Foram computados os arremessos tentados e convertidos de todas as equipes em todos os jogos em cada região e suas médias.

Arremessos por região: números absolutos – médias por jogo (38) (convertidos – tentados – %)

1 – 546/729 – 14,4/19,2       74,9%

2 – 775/1583 – 20,4/41,7    49,0%

3 – 55/168 – 1,4/4,4              32,7% –

4 – 57/186 – 1,5/4,9             30,6%

5 – 74/162 – 1,9/4,3             45,7%

6 – 62/159 – 1,6/4,2             39,0%

7 – 49/125 – 1,3/3,3              39,2 %

8 – 55/147 – 1,4/3,9              37,4%

9 – 194/589 – 5,1/15,5          32,9%

10 – 102/314 – 2,7/8,3         32,5%

11 – 192/554 – 5,1/14,6        34,7%

12 – 58/148 – 1,5/3,9            39,2%

Agrupando-se essas 12 regiões em 3 regiões maiores temos os seguintes resultados

1+2 (região interna): 1321/2312 – 34,8/60,8     57,1%

Desta região a equipe com melhor de aproveitamento por jogo foi a Austrália com média de 21,5 arremessos convertidos em 34,9 tentados (61,6%). Nesta região o Brasil teve um aproveitamento de 55,4% (19,4/35,0)

3+4+5+6+7 (região do perímetro – 2 pontos): 297/700 – 7,8/21,1   42,4%

A Lituânia foi a equipe com melhor aproveitamento – 40,3% (5,2/12,8 por jogo) enquanto o Brasil teve 33,9% (4,0/11,8 por jogo)

8+9+10+11+12 (região do perímetro – 3 pontos): 601/1752 – 15,8/46,1    34,3%

O melhor aproveitamento dos 3 pontos foi dos Estados Unidos (37,1% – 10,4/28,0 por jogo). O Brasil teve 29,6% de aproveitamento (6,4/21,6 por jogo).

Esses números mostram um dado interessante que é a tendência mundial de se utilizar os arremessos de 3 pontos numa frequência e quantidade muito maior do que os arremessos de 2 pontos na região perimetral, apesar de ser uma região de baixo aproveitamento. Até a equipe norte-americana tradicionalmente tida como uma equipe com forte jogo interno se utiliza do recurso de arremessos de 3 pontos.

Mapa de arremessos dividido por regiões (numerados por mim para melhor entendimento da análise). Exemplo do aproveitamento de uma equipe.

mapa-arremessos-001

 

 

 

 

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Jogos Olímpicos: reclassificando a classificação

Amigos do Basquetebol

Em um campeonato onde todos se enfrentam a coerência entre a produtividade e a classificação final, mas mesmo assim ainda podem ocorrer discrepâncias.

Utilizando as estatísticas oficiais dos Jogos Olímpicos este post mostra uma outra forma de classificação do basquetebol nesses Jogos. Sendo um torneio disputado em duas fases distintas: grupos e mata mata, nem sempre as equipes com maior produtividade alcançam um resultado condizente com seu desempenho. Um jogo mal jogado ou uma bola fortuita pode levar uma equipe com ótimo desempenho a uma desclassificação.

Evidentemente que isto é apenas uma “brincadeira com os números” e não altera em nada a realidade, mas vale pela curiosidade.

A metodologia utilizada foi a seguinte: as equipes foram classificadas de acordo com sua produtividade em cada um dos indicadores de jogos contemplados pelas estatísticas oficiais. Ao final foi feita uma média da classificação em cada um dos indicadores. Esclarecendo que quanto menor a média melhor a classificação baseada nos indicadores de jogo. Essa média pode ser comparada à classificação final real da equipe.

Os indicadores classificados foram os seguintes:

Pontos a Favor (PF); Pontos Contra (PC); % de arremessos de campo (%FG); % dos arremessos de 2 (%2); % dos arremessos de 3 (%3); @ de lances-livres (%LL); Rebotes (RB); Assistências (AS); Bolas Perdidas (BP) e Bolas Recuperadas (BR). RC – é a reclassificação, M a média de classificação dos indicadores e CL a classificação real.

Masculino

MASC Cl PF PC % FG 2% 3% % LL RB AS BP BR M RC
EUA 1 1 5 3 5 1 7 1 2 2 1 2,8 1
SRV 2 5 4 4 4 9 2 8 3 7 3 4,9 5
ESP 3 3 1 6 7 2 8 5 5 1 5 4,3 3
AUS 4 4 2 2 1 8 4 6 1 4 8 4 2
CRO 5 8 7 7 6 6 3 2 8 9 11 6,7 6
FRA 6 7 3 1 2 4 1 7 4 8 9 4,6 4
LIT 7 10 8 5 3 7 9 10 7 10 10 7,9 9
ARG 8 2 11 11 11 5 12 2 11 6 2 7,3 8
BRA 9 6 6 9 8 10 10 2 6 3 7 6,7 6
VEN 10 12 10 12 12 12 5 11 10 5 4 9,3 11
NIG 11 9 9 8 9 3 6 9 9 11 12 8,5 10
CHN 12 11 12 10 10 11 11 12 12 12 5 10,6 12

Como se pode verificar, pelo quadro acima, os medalhistas seriam Estados Unidos, Austrália e Espanha. Mesmo com esse critério, infelizmente, o Brasil não estaria entre os medalhistas e ocuparia a 6a. colocação ao lado da Croácia e os piores continuariam nas 3 últimas posições alterando-se somente a posição de Venezuela e Nigéria.

Feminino

FEM Clas PF PC % FG 2% 3% % LL RB AS BP BR M RC
EUA 1 1 2 1 1 1 7 1 1 6 2 2,3 1
ESP 2 5 3 6 6 11 6 2 3 4 10 5,6 4
SRV 3 6 8 8 9 9 5 10 7 3 1 6,6 6
FRA 4 8 6 7 8 6 11 4 3 10 3 6,6 6
AUS 5 2 5 2 2 5 4 5 2 7 8 4,2 2
TUR 6 11 1 10 12 7 9 8 11 1 6 7,6 8
CAN 7 9 4 11 11 10 10 6 6 9 4 8 10
JAP 8 3 10 4 4 4 1 7 3 1 7 4,4 3
BLR 9 7 7 3 3 3 2 12 7 8 11 6,3 5
CHN 10 4 11 5 7 2 12 9 9 5 12 7,6 8
BRA 11 10 9 9 5 12 8 3 10 11 5 8,2 11
SEN 12 12 12 12 10 8 3 11 12 12 9 10,1 12

No feminino as mudanças nas primeiras colocações seriam mais acentuadas com a Austrália ocupando a segunda colocação e o Japão a terceira. Mesmo com esses critérios de classificação, o Brasil continuaria ocupando a 11a colocação, atestando o baixo rendimento da equipe no torneio.

Como frisei no inicio, está é somente uma brincadeira estatística mas que atesta, muitas vezes, a injustiça que um sistema mata mata pode trazer. Neste aspecto o caso mais marcante foi a Austrália no feminino que fez uma campanha brilhante na fase de classificação e que em uma noite infeliz, perdendo da Sérvia por dois pontos viu sua condição de grande favorita a uma medalha transformar-se em um frustrante 5o. lugar.

Fonte de pesquisa: relatório oficial das estatísticas dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

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Jogos Olímpicos – estatísticas gerais (4): o aproveitamento do Brasil no Feminino

Amigos do Basquetebol

Agora vamos mostrar o aproveitamento do Basquetebol Feminino Brasileiro nos Jogos Olímpicos.

Nossa equipe feminina disputou 5 partidas com cinco derrotas: Austrália (66-84); França (64-74); Turquia (76-79); Japão (66-82) e Belarrússia (63-65).

Essa campanha muito ruim do Brasil é refletida nos números do aproveitamento brasileiro. Nossa média de pontos foi de 67,0 por partida sendo a 10a. do torneio ficando somente à frente da Turquia (64,3) e Senegal (61,8). A média de pontos sofridos foi a 8a. do torneio com 76,8 pontos por partida.

A equipe brasileira teve um aproveitamento geral de 42,4% considerando-se a relação entre a média de pontos convertidos (67,0) e a média de pontos possíveis (157,8) por partida.

O aproveitamento e distribuição dos pontos da equipe brasileira ocorreu da seguinte forma:

2 pontos

Nosso aproveitamento foi de 45% (43,6 x 96,4). O Brasil converteu 218 pontos dos arremessos de 2. Este número representa 65% dos pontos totais da equipe (335), enquanto que no torneio todo o percentual de pontos através de arremessos de 2 foi de 59% (3300-5604). Este aproveitamento de 45% colocou o Brasil na 5a. posição entre as 12 equipes que disputaram os Jogos Olímpicos.

3 pontos

Nos pontos obtidos através dos arremessos de 3 pontos nosso aproveitamento foi de 25% (10,8/43,8). O aproveitamento geral do campeonato foi  de 36%. Os arremessos de 3 pontos nos proporcionaram 54 pontos (16,1% do total de pontos da equipe). A média de pontos a partir dos arremessos de 3 no campeonato todo foi de 17,5 (23,7% da média total de pontos do campeonato que foi de  73,7 pts por equipe). No aproveitamento dos arremessos de 3 o Brasil teve o pior resultado entre os 12 participantes.

Lances Livres

No campeonato todo a média de pontos obtidos através de lances-livres foi de 13,4 (17,5% da média total de pontos por equipe – 73,7). No geral o aproveitamento de lances livres foi de 75% (13,4×16,9). O Brasil ficou muito perto deste percentual com 72% de aproveitamento nos Lances-Livres – 72% (12,6×17,6). Na relação entre média de pontos de lances-livre e média de pontos totais o Brasil obteve um percentual de 18,8%.

Esses números dão a dimensão da baixa produtividade brasileira nos Jogos Olímpicos, principalmente nos arremessos de 3 pontos que sempre tiveram uma grande influência na efetividade do nosso ataque.

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Jogos Olímpicos – estatísticas gerais (3): aproveitamento do Brasil no masculino

Amigos do Basquetebol

No post https://vivaobasquetebol.wordpress.com/2016/09/19/jogos-olimpicos-estatisticas-gerais-pontos-e-aproveitamento/ apresentei um quadro geral da relação pontos feitos e aproveitamento no masculino.

Neste atual post apresento uma comparação entre a média brasileira e a média geral em relação a pontos convertidos e pontos possíveis e a impacto dos 2 e 3 pontos e lances-livres no total de pontos convertidos por nossa seleção.

Pontos convertidos x pontos possíveis:

A média de pontos convertidos no torneio de basquetebol por equipe foi de 81,9. A média de pontos possíveis foi de 172,9 por equipe, representando 47,4% de aproveitamento. Neste item o Brasil teve um aproveitamento de 45,5% (82,2 x 180,6).

2 pontos

No cômputo geral do campeonato os dois pontos representaram 51,9% do total de pontos convertidos (42,6 x 81,9). O aproveitamento geral nos arremessos de 2 pontos foi  de 52% ( 42,6 x 81,6). O aproveitamento do Brasil nos arremessos de 2 pontos foi de 60% (46,8 x 93,6). Esses pontos obtidos dos arremessos de 2 pontos representaram 56,9% do total de pontos do Brasil (46,8 x 82,2).

3 pontos

Os três pontos foram responsáveis por 29% dos pontos totais do campeonato (23,7 x 81,9). O aproveitamento geral neste arremesso foi  de 34% (23,7 x 70,3). Neste fundamento o Brasil teve um aproveitamento de 29,6 % (19,2 x 64,8) e os três pontos representaram 23,4% do total de pontos feitos pelo Brasil (19,2 x 82,2).

Lances-livres

Os lances-livres foram responsáveis por 19,1% dos pontos totais do campeonato (15,6 x 81,9). O aproveitamento geral nos lances-livres foi  de 75% (15,6 x 20,9). O Brasil teve um aproveitamento de 73% (16,2 x 22,2) e os lances livres representaram 19,7% dos pontos convertidos pela nossa seleção (16,2 x 82,2)

Comparação entre pontos a favor e pontos contra

Uma análise interessante que pode ser feita é a relação entre o que o Brasil produziu e o que seus adversário produziram nos cinco jogos que nossa seleção disputou.

No total o Brasil teve 82,2 pontos a favor contra 81,4. O aproveitamento geral foi de 45,5% x 48,1%.

Nos arremessos de 2 pontos nosso aproveitamento foi de 50%, igual porcentagem obtida pelos nossos adversário.

Já nos 3 pontos o Brasil foi inferior aos adversários – 30% x 39%.

Nos lances-livres nova igualdade – 73% .

Os números de nossa seleção comparados a seus adversários mostram um equilíbrio muito grande em todas as comparações, o que de fato reflete as diferenças dos jogos disputados pelo Brasil (-6 x Lituânia; -4 x Croácia; -4 x Argentina; 1 x Espanha e 15 x Nigéria).

 

 

 

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Jogos Olímpicos: estatísticas gerais (2) – rebotes, assistências, bolas perdidas e bolas recuperadas

Amigos do Basquetebol

Na série sobre as estatísticas dos Jogos Olímpicos vamos falar sobre rebotes, assistências, bolas perdidas e bolas recuperadas.

Rebotes

Nos rebotes tivemos uma  média de 73 rebotes por jogo, sendo 22 de ataque e 51 de defesa. Curiosamente este número aconteceu tanto no masculino, quanto no feminino.

Os Estados Unidos foram suberanos neste fundamento com média de 45,5 rebotes por jogo no masculino e também no feminino. Já a China teve, no masculino, o pior rendimento nos rebotes com média de 25,0 por jogo. O Brasil ficou no 2o. lugar com 38,2, juntamente com Austrália, Espanha e Argentina.

No feminino o Japão teve a pior média de rebotes com 28,7. O Brasil ficou em 3o. lugar com 40,8 rebotes por jogo.

Assistências

A média de assistências por jogo no masculino foi 39,0 (19,5 por equipe). A Austrália foi a melhor equipe em assistências com média de 24,3. A pior média ficou com a China, 14,6 e o Brasil ocupou a 6a. colocação com 19,2.

No feminino os Estados Unidos lideraram este indicador de jogo com média de 27,9, com o Senegal em último lugar com 15,8. O Brasil ocupou o 10o. lugar com média de 17,6.

Bolas Perdidas

No masculino a média de bolas perdidas por jogo foi de 28,0 (14,0 por equipe). A Espanha foi a equipe mais eficiente perdendo somente 11,1 bolas por jogo. A China foi a pior com média de 18,0. O Brasil com média de 12,4 foi a 3a. melhor equipe neste item.

No feminino a Turquia e o Japão lideraram as bolas perdidas com média de 10,8, enquanto a pior equipe foi o Senegal com 20,8. O Brasil ficou em 11o. lugar com 20,2 bolas perdidas por jogo.

Bolas Recuperadas

A média por jogo no masculino foi de 28,0 bolas recuperadas por jogo (14,0 por equipe). Os Estados Unidos com 8,8 de média foi a melhor equipe e a Nigéria a pior com 4,8. O Brasil ficou em 7o. lugar com 7,8.

No feminino a média foi de 15,6 bolas recuperadas por jogo (7,8 por equipe). A Sérvia teve a melhor média – 11,4, enquanto a China a pior com 4,6. O Brasil foi o 8o. colocado com 8,0.

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Jogos Olímpicos: estatísticas gerais – pontos e aproveitamento

Amigos do Basquetebol

Recebi o relatório final das estatísticas dos Jogos Olímpicos. É um documento sensacional que detalha o comportamento estatístico das equipes e atletas tanto no masculino, quanto no feminino.

O trabalho da estatística foi realizado por uma equipe experiente e muito competente que vem atuando em diferentes campeonatos ao longo de vários anos, dos quais tive o prazer de participar em muitas temporadas e verificar o crescimento desse pessoal.

Neste post vou apresentar alguns dados gerais para comparar o comportamento das equipes em alguns dos fatores computados e que mostram algumas diferenças de comportamento estatísco entre o masculino e o feminino.

Em relação ao aproveitamento e a pontuação média por partida temos o seguinte quadro, considerando-se o total de 38 jogos para o masculino e 38 para o feminino

Total de pontos 

Feminino: 5604 – 147,11 por jogo

Masculino: 6228 – 163,90 por jogo

2 pontos

Feminino – 1650 convertidos/3559 tentados (46%), totalizando 3300 pontos que representaram 58,9% do total de pontos convertidos

Masculino – 1618 convertidos/3102 tentados (52%) totalizando 3236 pontos que representaram 51,9% do total de pontos convertidos

3 pontos 

Feminino – 444 convertidos/1237 tentados (36%) totalizando 1332 pontos que representaram 23,7% do total de pontos convertidos

Masculino – 601 convertidos/1781 tentados (34,0%) totalizando 1803 pontos que representaram 29,0% do total de pontos convertidos

Lances Livres

Feminino – 972 convertidos/1290 tentados (75%). Esses pontos representaram 17,4% do total de pontos convertidos

Masculino – 1189 convertido/1590 tentados (75%). Esses pontos representaram 19,1% do total de pontos convertidos.

Volume de jogo

Considerando-se o volume de jogo, representado pelo total de pontos obtidos por todas as tentativas percebe-se que não houve grande diferença entre o masculino e o feminino.

No feminino as equipes jogaram para marcar 318,9 pontos por jogo e converteram 147,5, o que significa um percentual de 46,2% de aproveitamento.

Já no masculino as equipes jogaram para marcar 345,7 pontos por jogo e converteram 163,9 o que significa um percentual de 47,4% de aproveitamento.

Melhores ataques

A equipe com melhor média de pontos no feminino foi os Estados Unidos com 101,2 pts por jogo. A pior equipe foi o Senegal com 61,8 pts por jogo. O Brasil ficou em 10o. lugar como o melhor ataque com 67,0 pts por jogo.

No masculino os Estados Unidos tiveram a melhor média de pontos por jogo com 100,9. A Venezuela foi o pior ataque com 63,0 pts por jogo. O Brasil foi o 6o. melhor ataque com 82,0 pts por jogo.

Melhores defesas

A melhor defesa no feminino foi a da Turquia com 64,8 pts sofridos por jogo. A pior defesa foi a do Senegal com 96,4 pts por jogo. O Brasil foi a 8a. defesa do torneio com 76,8 pts sofridos por jogo

No masculino a melhor defesa foi a da Espanha – 74,3 pts por jogo. A pior defesa foi da China 93,2 pts por jogo. O Brasil ficou em 5o. lugar com 81,4 pts sofridos por jogo.

 

História do Basquetebol · Jogos Olímpicos

As meninas Olímpicas do Basquetebol Brasileiro

Amigos do Basquetebol

O basquetebol feminino só passou a fazer parte do programa olímpico em 1976, 40 anos após o masculino. Nos jogos de 1976, 1980, 1984 e 1988 o Brasil não participou sendo sempre desclassificado nos torneios pré-olímpicos.

Com isto uma geração fantástica perdeu a oportunidade de participar da maior festa do esporte mundial mas foi ela que deu impulso a outra geração que traria muitas alegrias para todos nós.

A partir de 1992 o Brasil começou a participar do basquetebol feminino olímpico obtendo duas medalhas – prata (1996) e bronze (2000).

De 1992 a 2016, 46 atletas nos representaram nos Jogos Olímpicos.  Adrianinha é a atleta com o maior número de participações – 5 – , seguida de Janeth e Kelly com 4.

Com 3 participações tivemos: Adriana Santos, Alessandra, Cintia Tuiú, Erika, Helen, Marta e Karla.

Com 2: Cláudia Neves, Clarissa, Damiris, Franciele, Hortência, Iziane, Joyce, Leila, Paula, Patrícia Chuca, Sílvia Gustavo, Sílvia Luz, Nádia Colhado e Izabela Ramona.

Com uma participação: Cláudia Pastor, Fernanda Berling, Graziane, Nádia Bento, Zaine, Joycenara, Mamá, Karen, Lilian, Branca, Zezé, Micaela, Palmira, Roseli, Simone POntello, Ega, Tainá, Tássia, Tatiane, Vânia Hernandez e Vivian.

Número de Jogos

Janeth é a atleta com maior número de jogos – 29; Adrianinha, Cintia Tuiu e Alessandra (24); Kelly (22); Helen e Marta (20); Erika (17); Leila (15); Iziane e Paula (13); Karla  e Adriana Santos (12); Silvia Gustavo, Sílvia Luz, Cláudia Neves e Hortência (11); Clarissa, Damires e Joyce (10)

Pontos

No clube dos 100 pontos temos

Janeth – 535; Alessandra – 290; Helen – 252; Marta – 236; Paula – 210; Iziane – 199; Erika – 175; Hortência – 174; Adrianinha – 139; Clarissa – 134; Kelly – 117; Cintia Tuiu – 108 e Damires – 104

Média de Pontos

Janeth tem a melhor média de pontos nos Jogos Olímpicos – 18,4, seguida de Paula – 16,2.

A melhores médias:

Hortência – 15,8; Iziane – 15,3; Clarissa – 13,4; Helen – 12,6; Alessandra – 12,1; Marta – 11,8; Damiris – 10,4 e Erika – 10,3.

Medalhistas:

1996 – Atlanta – Prata

Hortência, Branca, Adriana Santos, Leila, Paula, Janeth, Roseli, Marta, Alessandra, Cintia Tuiu, Cláudia Pastor e Silvia Luz

2000 – Sydney – bronze

Claudia Neves, Helen, Adriana Santos, Adrianinha, Lilian, Janeth, Zaine, Marta, Silvia Luz, Alessandra, Cintia Tuiu e Kelly.

janeth

Janeth: maior número de jogos, maior cestinha e melhor média de pontos

Os técnicos

Cinco técnicos dirigiram o Brasil em Jogos Olímpicos.

Antonio Carlos Barbosa por 3 vezes (2000, 2004 e 2016) com 8V e 13 D – Medalha de Bronze em 2000

Maria Helena Cardoso – 1992 (2V-3D)

Miguel Ângelo da Luz – 1996 (7V-1D) – Medalha de prata

Paulo Bassul – 2008 (1V-4D)

Luiz Cláudio Taralo – 2012 (1V-4D)

mig2Miguel Ângelo da Luz – medalha de prata em Atlanta em 1996

Barbosa

Barbosa – medalha de prata em Sydney – três vezes técnico da seleção olímpica feminina (2000, 2004 e 2016)