Amigos do Basquetebol
No mês de maio comemoraremos os 40 anos da realização do Mundial de Basquetebol Feminino no Brasil. É uma data muito significativa para o esporte brasileiro, pois pode ser considerada como um ponto importante para a grande evolução do basquetebol feminino que já vinha se destacando desde o Pan Americano de 1963, em São Paulo, obtendo a medalha de prata e no Pan de 1967, quando nos sagramos campeões, fato que se repetiria no torneio de 1971.
Este Mundial foi disputado por 13 equipes divididas em três grupos de quatro equipes cada uma, classificando-se as duas primeiras que se juntaram ao Brasil na fase final que foi disputada em turno completo.
Os jogos da primeira fase foram realizados em Recife, Brasília, Niteroi e S.Paulo e a fase final em S.Paulo no ginásio do Ibirapuera que recebeu grande público em todas as rodadas desta fase.
Até os anos 80 o basquetebol feminino era totalmente dominado pela União Soviética, equipe que se manteve invicta por um longo período e que tinha como principal atração a gigante Uliana Semenova, que foi a cestinha do campeonato com 168 pts (24,0 por jogo). E não foi diferente nesta competição.
A União Soviética sagrou-se campeã, seguida da Tchecoslováquia e com o Brasil obtendo um terceiro posto histórico.
Histórica também foi a vitória contra o Japão, em um jogo decidido na última bola, faltando 1 segundo, quando nossa pivô, recém falecida, Nilza acertou um arremesso fantástico da zona morta. O Ibirapuera completamente lotado veio abaixo.
Naquela época o basquetebol era transmitido em preto e branco com Luiz Noriega e Orlando Duarte.
As equipes
Além da União Soviética, Tchecoslováquia e Brasil, participaram as seguintes equipes, em ordem de classificação: Coreia do Sul, Japão, França, Cuba, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Argentina, Equador e Madagascar.
Os classificados:
Terminada a primeira fase, classificaram-se para a fase final: Tchecoslováquia e Japão (grupo A), Coreia e França (grupo B) e União Soviética e Cuba (grupo C).
O maior placar do campeonato e também a maior diferença de pontos aconteceu no jogo Japão vs. Madagascar, onde as nipônicas venceram por 121 a 28 (93 pts. de diferença)
O Brasil
Nossa equipe, dirigida pelo professor Waldyr Pagan Perez, um ícone do nosso basquetebol, era composta pelas seguintes jogadoras (entre parênteses está o número de jogos e os pontos anotados): Laís (4,6), Heleninha (6,40), Odila (6,18), Elzinha (5,4), Nilza (6,87), Maria Helena (6,27), Norminha (6,64), Jacy (1,0), Nadir (3,2), Marlene (6,64), Delcy (6,60) e Benedita (2,0).
O Brasil realizou seis jogos nessa fase final, obtendo 4 vitórias e 2 derrotas, marcando 372 pts (62,0) e sofrendo 399 (66,5). Nossa cestinha foi a pivô Nilza com 87 pts (média de 14,5 por jogo).
Os jogos do Brasil
Brasil 55 – 51 França
Brasil 70 – 63 Coreia do Sul
Brasil 77 – 76 Japão
Brasil 62 – 59 Cuba
Brasil 59 – 68 Tchecoslováquia
Brasil 49 – 82 União Soviética
Com certeza, este campeonato será sempre citado como referência para o basquetebol feminino, pois dele participaram grandes estrelas do nosso esporte, comandadas por um grande técnico que seria, posteriormente, brindado com o título de Campeão Mundial em 1994 e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996, como supervisor daquela também brilhante geração do basquetebol feminino.
A essas mulheres fantásticas e ao Prof. Pagan, nossos agradecimentos pela contribuição que deixaram aos apaixonados pelo basquetebol e pelos belos exemplos para as gerações que se seguiram.
Norminha e sua batalha contra a gigante Semenova
Prof. Waldir Pagan (ao lado da bandeira do Brasil) – supervisor da seleção Campeã Mundial de 1994
Grande exemplo a ser seguido