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Postura e conduta técnica do treinador de basquetebol: organização para o dia do jogo

Amigos do basquetebol

Esta é terceira e última parte do trabalho preparado pelo Prof. Tácito Pinto Filho e que trata de aspectos relacionados a organização para o dia do jogo, dentro do tema: “Postura e conduta técnica do treinador de basquetebol

-Organização para o dia de jogo

            O jogo é como uma peça de teatro, você realiza os ensaios (treinamentos) para posteriormente fazer a apresentação.

O treinador deve possuir um “check list” de tudo que será necessário para o jogo (documentação, verba para arbitragem, transporte, uniformes, água, estojo de primeiros socorros, bolas, etc.) e realizar uma conferência com antecedência para deixar para a última hora e se esquecer de alguma coisa.

Ter um plano de jogo preparado, com as opções posições, para não se ver em dificuldades e se preparar mentalmente para as possibilidades que poderá encontrar. De preferência que tenha isto por escrito pois não podemos depender de nossa memória ou de uma providência divina. Para assegurar uma grande eficiência tem que utilizar-se de um plano que tenha ajustes que possam ser feitos em qualquer situação.

Chegar com antecedência ao local de jogo, com tempo suficiente para solucionar qualquer imprevisto.

– No vestiário antes do jogo

            Dar avisos importantes como exemplo horário do próximo treino, procedimentos após o jogo, etc.

             Se possível levar as estatísticas de jogo ou informações sobre a equipe adversária, para verificar seus pontos fortes e fracos.

Indicar quais serão os 5 prováveis jogadores que iniciarão o jogo pela equipe contrária da mesma forma os 5 de nossa equipe ou  em caso de não ter idéia quais são os principais jogadores que deverão ter uma atenção especial por nossa parte.

Decidir quais os sistemas ofensivos e defensivos que deverão ser utilizados  no início da partida. Fazer possíveis ajustes.

– Durante o jogo

            Procurar manter o seu foco no jogo ficando alheio a possíveis interferências.

Dar instruções claras e objetivas, procurar não dirigir sua equipe como se fosse um jogo de vídeo game narrando todas as ações que serão realizadas. Treinador que fala muito durante o jogo é porque não falou o suficiente nos treinamentos.

Não enfatize demais um erro cometido,  o que seu atleta espera de você é que mostre o caminho para não errar novamente. Que ele errou  ele já sabe.

Se dirigir para a equipe de arbitragem, oficiais de quadra e mesa, de forma adequada e somente quando se fizer necessário.

– Nos pedidos de tempo

Se possuir uma comissão técnica conversar antes com os elementos dela antes de se dirigir aos jogadores.

Falar de um aspecto do jogo de cada vez, por exemplo: primeiro abordar a defesa e depois o ataque.

Colocar os jogadores sentados no banco para propiciar um descanso e maior atenção as orientações que serão passadas. Os jogadores que não estão em quadra deverão providenciar água, toalhas, etc.

Se o pedido de tempo foi solicitado pelo adversário promova alguma mudança para confundi-lo e atrapalha-lo.

– No intervalo do jogo

            Observar a súmula oficial e conferir a estatística de jogo, se houver.

Decidir com a comissão técnica ou sozinho quais jogadores deverão iniciar o 2º tempo, bem como quais estratégias serão utilizadas.

Informar seus jogadores à respeito do número de faltas de sua equipe e do adversário.

Voltar para a quadra a tempo de realizar um “reaquecimento” .

– Após o jogo

            “NÃO” realizar palestras ou reuniões, pois se você venceu , estará empolgado e poderá “falar demais” e se perdeu estará aborrecido e também poderá “falar demais”. Vá para casa, analise e reflita sobre o jogo e deixe para conversar com os jogadores no próximo treino.

 Considerações finais

O técnico não demasiado experiente irá querer por em prática tudo que tem recebido e seguramente pensará que a última informação é a melhor, unindo-a muitas vezes às suas técnicas, táticas e treinamentos sem analisar se é válido ou não para sua equipe. Tem que levar em consideração que as funções e problemas de cada equipe são únicos e diferentes.

            Muitos treinadores atribuem o sucesso de outros à sorte. Mas a sorte nada mais é do que:

Soluções (oferecer mais soluções que dificuldades)

Organização (planejar e organizar seus sonhos e metas)

Regularidade (disciplina e persistência)

Trabalho (o único lugar que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário)

Esforço extra (fazer além do necessário)

Da postura e conduta dos futuros treinadores depende a futura geração de atletas e homens.